quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Teoria do Sentido

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Andando em ruas feito estas, num tempo que nem faço mais questão de medir. Quando somos alguma coisa, aí sim, procuramos algum ponto de referência, alguma bússola que nos tire do sufoca. Agora? Agora falta qualquer porto, seguro ou não.
Tudo está no seu lugar. Grande engano. Mesmo se o cara dos teclados tenta demonstrar algo que, afinal, nem sentimos. 
Não reparem, por favor, em minha gramática. Não tive tempo para preparar minhas malas, todas as surpresas primam por sua pontualidade desde o começo dos tempos.
Eis aqui o grande segredo de tudo. A aparência possui o roteiro entre as mãos e é um meticuloso diretor. Quem escreveu o enredo? Deve ter sido alguém. Nada muda, a verdade é essa. E mais ainda nos aflige sabermos que as nossas máscaras estão grudadas nos rostos. 
A medida certa de tudo é o inusitado, o insólito é bom moço que vive nos fazendo grandes favores, o absurdo é um grande mestre de pequenas lições. Não temos plena culpa se a vida é quase sempre mau-humorada, mas assim o é.
Grandes mentiras flutuam pelo ar, algumas de uma cor, outras de outra, algumas suaves, outras mais pesadas. Todas elas acabam conseguindo seu objetivo - nos ferir.
Acabamos sorrindo mais que as esfinges, mas nossa quimera não abre mão de comparecer nas festas que damos. Nossa dor é coberta de gentilezas e acaba nos ensinando à nos escondermos o tempo todo.
É tudo muito fácil para nós, sobretudo, a dificuldade. A memória é o nosso carrasco, assim como num filme, existe uma música de fundo esperando nossas reações.
Temos eternamente claras dúvidas. Porém gostamos de enfeitá-las como o rosto dos clowns ou a nova parede à ser pichada. Imitamos gestos para passarmos desapercebidos e, quem sabe, estarmos na unanimidade nos livre dos projéteis que sempre vêm à esmo.
Gosto bastante de reticências e interrogações, mas exclamações, geralmente, acabam vindo em nossas caixinhas de surpresa. Linhas retas vão sempre até os abismo, é isso que denominamos lições. 
Todo tempo acaba sendo suficiente, mesmo quando nos falta, num rápido estalar de dedos acontece a mágica. Grãos de areia para fazer montanhas, gotas construindo quaisquer mares e alguns beijos para a paixão mais avassaladora que pode ter sido vista.
Gostamos de flores, mas somos ótimos mentirosos. O papel dos vilões sempre faltam, mas o dos mocinhos acabam sobrando.  Os números são grande atrapalhados, a exatidão é uma faca sem gume algum.
Eu só tenho três medos: de mim, de todas as outras pessoas e de todas as outras coisas. Simples, não? Só erramos em três fases: no passado, no presente e no futuro. Seria engraçado se assim não o fosse.
Há um certo ar de malvadeza em tudo que se parece igual. Os grandes do mundo que o diga. Eu quase sei disso, mas apenas um detalhe faltou para a obra-prima nascer. 
Tenho que caminhar mais um pouco, nem que seja para regressar para casa...

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