peroladas matres de um vazio cósmico
em sedas falsas um tipo assim
e eu num falso interlúdio orgásmico
sem começo apenas mais um fim
realejo não te vejo como te desejo
sou um pobre coitado de mim
a morena finge uma encenada alegria
passam passos no meu borzeguim
enquanto alguns poetas bem ao longe
ainda pedem cheiros de alecrim
e as fadas promovem o seu triste enterro
escondendo o corpo por sob o capim
eu já não sei mais aquilo que não houve
roubaram meu pó de pirlimpimpim
já se desbotaram todas essas tristes cores
só me restando aquele teu carmim
e me enfebro e vou morrendo aos poucos
nada mais resta pr'esse seu arlequim
é que me atordoa e é que também me enjoa
esse cheiro forte vindo do jasmim
tudo teve um preço foi um chute pro começo
alguém aí já ficou e estará sempre afim?
pois eu aposto até todas aquelas minhas dores
que estão guardadas numa torre de marfim...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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