Novo corte
nova sorte
nova morte
Sou carioca, velho boêmio, metido à poeta,
tá difícil, malandro, tirar o meu da reta,
de palhaço o circo tem andado cheio,
mas peço, por favor, tira a mãe do meio,
pode rir e rir muito, pode rir à vontade,
já perdi tantas coisas, inclusive a mocidade...
Nova lida
mas que vida
só descida
Dá trabalho falar só das coisas mais felizes,
olhe aqui, eu tenho muitas e muitas cicatrizes,
cada uma delas é apenas um sonho que acabou,
me passe logo essa receita, eu preciso, seu doutor,
pode ser que dessa vez eu consiga até dormir
e nem me importe com nada, nem se a casa cair...
Novo nada
pela estrada
é madrugada
Me desculpem, é assim mesmo, eu muito repito
porque o meu coração é apenas eterno conflito,
se eu não gritar vou acabar tenho um treco,
se quiser que vá embora, é só juntar os cacarecos,
o pouco que tenho, se quiser, posso até deixar,
só não vou me esquecer de conjugar o verbo amar...
Novo inglês
todo mês
minha vez
Se eu for lá pra cima, posso fazer batucada no céu?
tomara que tenha, senão vou fazer aquele escarcéu
tomara que tenha coisas que já não voltam mais,
meus brinquedos perdidos, meus antigos carnavais,
além de todos os que eu amei e que já foram embora,
não é que eu queira morrer, mas tudo tem sua hora...
Novo corte
nova sorte
talvez norte...
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