Cenas
tristes passando em frente a tela
Meu coração
feito bateria de escola de samba
O ar se
recusando de entrar pelos pulmões
Tremem as
minhas mãos sem objetivo
Caço um
cigarro para ver se me consola
Temos tanto
medo de ter algum medo
Não só a
morte nos espanta mais
A vida não é
mais a minha aliada
A cabeça
doendo feito máquina quebrada
E eu me refugio
naquilo que não posso falar
E eu maquino
planos de ir pela estrada
E talvez até
possa alcançar alguma estrela
Ou ainda seria melhor qualquer barco
Que atracasse numa ilha que desconheço
Tiro meus óculos com pequenas formigas
Talvez seja
melhor não olhar com nitidez
Vou
disfarçar um pouco feito pedestres
No rush de
nossa cidade malvada
Para que não
seja engolido de vez
Mãos para o
alto sem oração alguma
O ator
esqueceu qual a sua fala
A atriz
acabou tropeçando no palco
Acabamos não
entendendo mais nada
Quem sabe em
uma outra hora me acalme
Alguma flor
acabe se abrindo
Para que um
pássaro cante sobre ela
E o meu sono acabe por voltar...
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