Mais bandeiras não há
Só palavras agora secas
Num medievalismo que apodrece aos poucos
A goiaba não caiu do pé...
Eu tento escrever o que o coração não diz
Mas as mãos seguem caminhos escuros
Os fios da barca branca amarelam...
Onde estará tudo aquilo que amo?
Cadeiras antigas que o tempo comeu...
Motivos não existem
Só uma cantoria que desconheço
Ou blues ou baião ou um assobio
Já joguei fora tantos papéis
E meus aplausos foram roubados...
O mijo envelhece na garrafa de energético
E eu falo idiotices na minha solidão forçada...
Os saltimbancos querem moedas
E os famintos de igual forma
As roupas estão agora rasgadas
Sou apenas um rogador de pragas...
Hoje não haverá sessão de cinema
Mas ainda assim a crueldade vem me visitar...
Coloco no último volume
Para chamar a atenção da vizinhança
Para que saiam de suas gaiolas
Mesmo se não tiverem mais asas...
Guardo as pontas dos meus cigarros
Para um novo Titanic que chegue
Enquanto as moscas pousam
Nas louças sujas que jazem na pia...
Já mandei tatuar o nada
Em minha alma até que cansou...
Mais bandeiras não há
O lixeiro acabou levando tudo...
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