quinta-feira, 29 de junho de 2023

Era Meu Temporal


 Era meu temporal

De olhos quase tortos como os meus

Minha brisa veloz

Tudo aquilo que eu não tenho

Faça-me um favor

Me mate na primeira esquina

Passe por cima

Daquilo que irá sobrar no chão

Era minha cor cinza

Que substituiu meu pobre azul

Era calor no inverno

No teu meio faria todas loucuras

Era meu carnaval

Vamos comemorar todos os dias

E era meu enterro

Não se sabe quantas vezes se morre

Era meu temporal

De seios diferentes que nem sol e lua...


(Para J., extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poesia Gráfica LXXXVI

T U A T R A N Ç A T O D A D A N Ç A T U D O A L C A N Ç A F E R O Z E M A N S A ...............................................................