A nova moda
chega em bandos certeiros
Serão
ombreiras absurdas e calças de boca larga
Sapatos dos idos
tempos da caverna
E casacos de
pele de ovo com cor indeterminada
Capacetes da
legião romana com plumas sintéticas
E um tempo
que passou permanecendo
Eu deliro só
em pensar nas minhas amnésias
Pensando que
eram simples amenidades
Tenho medo
de sombras em corredores
E fundos
musicais feitos em silêncio espectral
Uma banda de
rock toca tangos em desalinho
Os teus
cabelos ruivos verdes só me dão tesão
Antes fossem
azuis como céus cinzas
Como em dias
tristes de pães e fugas
Sem
cavaleiros e com a jovem dama
Olhem o
relógio que não mais existe
E os
encantos das serpentes aladas
Tudo não
passa de uma figurinha colada
Na porta de
uma geladeira imprestável
Alguns
venenos podem matar até a alma
Como doem
meus dedos entre os espinhos
Todos os
caminhos possuem suas tocaias
E um desmaio
pode acontecer passeando
Eu agora
fabrico rios com minhas lágrimas
E fecho
minhas portas com maior cuidado
Na velha
gaveta guardo as lembranças que posso
Enquanto
meus fantasmas tentam assustar
Mas eu acabo
sendo pior que o meu medo
Acendi todas
as velas para a escuridão
E fiz do
Inferno mais um baile de carnaval
Escorre um
orgasmo entre as tuas pernas
E agora o
esmalte nem ao menos importa
Escolher o
abismo ou não é apenas detalhe
Cedo ou
tarde são apenas palavras
Vou rir de
todas as palavras do dicionário
Aquele mesmo
que escondia segredos
Que o
banheiro tantas vezes testemunhou
Que o Caos
me acompanhe entre montanhas
Enquanto escuto sons que não existem...
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