Sextas são domingos que não maduraram
Temos pressas de todo algum nada
O testemunha do meu crime? Sou eu sim
O meu país é logo ali depois daquela curva
Eu fumo em papel de caderno e como café
Não há fumaça para nos consolar
Vários sons acabam chegando pelo ar
São os mesmos de todo o resto da semana
Mas me parecem um pouco diferente
Neles aparece ânsias de acabar logo
De hoje à noite até o cadáver dos domingos
Um boa parte de nós se anulará um pouco mais
Não é preciso nem isso ser cantado
Fugiremos mesmo atravessando paredes
Comeremos tijolos e cimento se for preciso
Escutaremos mais algumas mentiras da tela
De um jeito cada vez mais desesperador
Vou brincar me atirando de cabeça da laje
Talvez as asas abram no meio do caminho
Todo perigo só acontece quando ele é
Passarei no meio do tiroteio recitando versos
Estou quase querendo todo o sal do mar
Como nuvens no meu café da manhã
Sou quase um cachorro vira-latas feliz
Mesmo desconhecendo o que seria isso
Palmas e vaias não me importam tanto
O sinal fechou de repente no meio do rush
Agora me visto de cinza porque perdi meu azul
A saída é pela esquerda sempre e sempre
Crianças e mulheres e velhos e mortos primeiro...
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