Não há mais
alguns punks
Por uma
periferia inexistente sequer
O rebelde de
antes em acadêmicas decisões
Mostra-nos a
sordidez que sempre teve...
Cuspa logo
esse chiclete da boca suja
Que a banana
ficou podre lá no cacho...
Os capoeiras
foram para casa jantar
E esqueceram
de desligar a música...
Sucesso
garantido ou seu dinheiro sujo
As mesmices
só servem para limpar a bunda...
O inédito de
décadas estende as mãos
Para mostrar
a sujeira sob as unhas...
A velocidade
está muito cansada
E ainda
podemos rir até mesmo em funerais...
Um Narciso
às avessas fala merdas...
Eu trago a
puta – é só escolher...
Eu arranco
seu coração sem usar as mãos...
O fascista
mentiroso morde sua língua
Acende
fogueirinhas de papel higiênico usado
Enquanto
arrota um passado inexistente...
A sapiência
dos mudos está na moda
E o
ecletismo barato assobia em dó maior...
A liberdade
chora e não liga...
A ventania
vem quando quer...
O
comerciante limpa o balcão inocente
Enquanto
suas invisíveis correntes rangem...
Na velha
escola fazem marionetes
Como num
filme trash de enredo falido...
Na
caixa-preta estão vários nadas
E os
apartamentos são espeluncas reluzentes...
Cartão de
crédito cartão da funerária
Epitáfios
surdos como qualquer antes...
A família
caga e vomita em uníssono...
O dízimo
colorido e o michê de joelhos
Sem se preocupar com a pontuação correta...
Melões
maduros num mercado que já foi modelo
E hoje é o
luxo acuado por favela e mar...
O papo-reto
tirou o cu da reta
E o fardão
vale tanto quanto a mortalha...
Sente no
colo da diva travestida
E pode
começar a contar suas toscas mentiras...
A plataforma
foi sem reforma entrar em forma
Pedir minhas
últimas moedas sujas
O crime de
inanição é como qualquer outro...
O cantor de
jazz ainda prefere receber em dólares
Enquanto os
foliões indigentes querem a luz...
Não há mais
nenhum punk
A periferia
já foi morar no sertão
A babá pisou
no pé da flor nojenta
E voltou para de onde veio...
Nenhum comentário:
Postar um comentário