quinta-feira, 1 de junho de 2023

É O quê?

 

O alvo do tiro...

A sandice sacralizada...

O amargo ora sim e outra também...

Uma viola sem cordas...

Um piano sem teclas...

Qualquer saudade chegando...

Nem de nós temos pena...

As pedras rolaram...

Enxuguei minhas lágrimas...

Que teimam voltar...

Hoje não terá almoço...

O príncipe desencantou...

As musas faltaram hoje...

E as carpideiras nunca...

Eu coloco um chapéu velho...

Faço caretas no espelho...

Diminuo a voz até calar-me...

Nada valeu até agora...

Nenhum dos versos sobreviveu...

Foram muitos os anos...

Indo contra a correnteza...

Contrariando a maré...

Um epitáfio lacônico...

Um mito destruído...

As serpentes acabaram de vir...

Os escorpiões já estavam...

Tua nudez tão barata...

Minha loucura tão difusa...

De velhos remendos um conto...

A velha casa não caiu...

Mas continua tão vazia...

Somos réus confessos...

Não há sentido na vida...

Espero o salário que não há...

Quero parar de berrar...

Acordei o resto do mundo...

Se algumas marcas restaram...

Foi sangue nos espinhos...

Meus adoráveis canalhas...

Putas mascando chicletes...

Tudo pela hora da morte...

Nossa moral às avessas...

Um dia descubro o nada...

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