sexta-feira, 30 de junho de 2023

Gatos & Fatos

Gatos e fatos

miando...


A mentira torpe do poder

suja burguesia,

que prefere comer

a luz do dia!


Gatos e fatos

miando...


A sombra que nos assombra

pura apatia,

vão detonar a bomba,

adeus alegria!


Gatos e fatos

miando...


Cada cruz que se carrega,

cada anomalia,

uma multidão que se cega

por pura simpatia!


Gatos e gatos

mirando os ratos!... 

poemAlegria

Sol da madrugada.
Teus cabelos.
Teu mar. E eu nele.
Vamos brincar de nada?
Um olha o outro 
Até não cansar...

Versos soltos.
Tu é meu verso favorito.
Faço perguntas demais.
Sonho mais ainda. 
Quem sabe um dia
O tempo fique louco...

Roda-gigante.
Carrossel também.
Tantas e tantas luzes.
Meu brinquedo novo.
Ternura em dose extra,
Até o final dos tempos...

Poesia Gráfica XXIII

O H O M E M - B O M B A

O H O M E M - S O M B R A

O H O M E M - L O M B R A

O H O M E M - A S S O M B R A

T U D O É S O M B R A

O H O M E M - C O B R A

T U D O É S O B R A


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G I R A G I R A G I R A S S O L

N Ã O T E N H O F L O R E S P R A V O C Ê

M A R G A R I D A S M A R G A R I D A S

N Ã O T E N H O F L O R E S P R A V O C Ê

M A N A C Á S M A N A C Á S

N Ã O T E N H O F L O R E S P R A V O C Ê


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N Ã O H A V E R Á N E N H U M M I S T E R Y

A C A B O U O N O S S O C H O R O

A P O E S I A T E R M I N O U F A L I D A

O M E N I N O S E P U L T O U O R I S O


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O Q U A R T O D O S M O R T O S

Q U A R T O M I N G U A N T E

C A D Ê A R I M A ?

F O I A L I T O M A R U M A E V O L T A J Á

C A D Ê A F O R M A ?

F O I L Á E N Ã O S A B E S E V O L T A R Á

O Q U A R T O D O S M O R T O S

Q U A R T O M I N G U A N T E . . .


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V E N T A N I A

                           N A S M I N H A S V E N T A S

V E N T A N I A

                            P E R D I O M E U N O M E

V E N T A N I A 

                             S E M P R E D A N C E I S Ó

V E N T A N I A 

                            O S T E U S C A B E L O S

V E N T A N I A 

                           P A R E A Q U I M E S M O

V E N T A N I A 

                            N A S M I N H A S V E N T A S


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N Ã O F U M E

N Ã O L U M E

N Ã O G U M E


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N E R V O S O

n E r V o S o

N e R v O s O

n e r v o s o


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Poesia Gráfica XXII

O N D E O B O N D E E S C O N D E

    N D E O B O N D E E S C O N D

        D E O B O N D E E S C O N 

                        E O B O N D E E S C O

                O B O N D E E S C

                    B O N D E E S

                        O N D E E

                            N D E 

                                N

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O Q U E A R D E V E M D E T A R D E

A Q U E L A V A N V E M D E M A N H Ã

O M E U A Ç O I T E V E M D E N O I T E

A M I N H A P O R R A D A M A D R U G A D A


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X I Q U E - X I Q U E

A L A M B I Q U E

T R E M I L I Q U E


T R E M D E F E R R O

T E M U M B E R R O

Q U A S E Q U E E R R O


P A S T E L C H I N Ê S

N A H O R A E N A V E Z

É N O F I N A L D O M Ê S


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O S D O C E S D A T I A

E U C O M I A

E R A M I N H A A L E G R I A


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R E M E N D O R E M É D I O E U E N T E N D O O T E U T É D I O M O R R E U F I C A T U D O A Í N Ã O L E V A U M C A Q U I N Ã O F A Z N E M U M X I X I A B U N D A B O N I T A V I R A O S S O É M A I S U M C O L O S S O O A R T I S T A D E F A M A V A I C O M E R L A M A O M A R R E C O T O C A R E C O - R E C O E O P A T O A G O R A B O T A S A P A T O


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C R E A M P I E

C U M I N M O U T H

H A R D S E X

P U S S Y H A I R 

P O R N S T A R 


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P R O F E C I A

P R O F E S S I A

P R O C I S S Ã O

P R O F I S S Ã O

T U D O I G U A L 


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quinta-feira, 29 de junho de 2023

Totalmente Demente

Demente,
dormente,
doente...

Não há mais prendas possíveis
e nem bibelôs na velha penteadeira...

Carente,
ausente,
patente...

Eu vejo fantasmas pelos cantos
mesmo que o único fantasma seja eu...

Penitente,
inconsciente,
negligente...

Mesmo quando não bebo levo tombos
e o chão da rua acaba virando leito...

Descrente,
estupidamente,
vagamente...

A saudade me persegue feito cão raivoso
e não consigo fugir dele mesmo que queira...

Pendente,
impaciente, 
debilmente...

Resisto até o mais extremo que posso
e mesmo assim saio todo machucado sempre...

Demente,
demente, 
totalmente...

(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Era Meu Temporal


 Era meu temporal

De olhos quase tortos como os meus

Minha brisa veloz

Tudo aquilo que eu não tenho

Faça-me um favor

Me mate na primeira esquina

Passe por cima

Daquilo que irá sobrar no chão

Era minha cor cinza

Que substituiu meu pobre azul

Era calor no inverno

No teu meio faria todas loucuras

Era meu carnaval

Vamos comemorar todos os dias

E era meu enterro

Não se sabe quantas vezes se morre

Era meu temporal

De seios diferentes que nem sol e lua...


(Para J., extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Cegueira Seguida de Orgia

 

Tão pouco pra falar...

Cada instante a morte de um anjo,

O nascimento de um demônio,

Simples lágrimas e riso...


Não há mais olhos...


Quem veio para jantar?

Todos os tipos de feras possíveis

E pássaros mortos e secos

Que voam em antigos céus...


O morto ainda geme...


Há diversas formas de gemidos:

Alguns sinceros (é a tristeza)

Outros nem tanto

(Esses são feitos mais)...


Toda embriaguez é iminente...


Um novo carnaval é feito...

Cada instante uma nova loucura,

A invenção de um tolo,

Apenas cegueira seguida de orgia...


Toda luz acaba se apagando...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Poesia Gráfica XXII

R E S T O S D A G A R R A F A

R E S T O S D O C O P O

R E S T O S D O C O R P O

R E S T O S D O C I N Z E I R O

R E S T O S N O B A N H E I R O

R E S T O S D E G E N T E

R E S T O S D E M E N T E

R E S T O S D A F R E N T E

R E S T O S D O S D E N T E S

É D I A D O L I X E I R O

V I R B U S C A R O S R E S T O S . . .


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C U L T U R A

C U R T U R A

C U L T O

C U R T O

C U L T U A R

C U R T U A R

C U L T U R A

C U L T 

C U


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P O R R A . . .

P O R R A N E N H U M A

P O R R A N E M U M A

P O R R A N E M P O R T A

P O R R A N Ã O I M P O R T A

P O R R A N E N H U M A

P O R R A !


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P O R N O G R A F I A

P O R N O R R A G I A

P O R N O L A L I A

P O R N O A L G I A

P O R N O M A S T I A 

P O R N O M A N C I A

P O R N O F A T I A

P O R N O H I S T E R I A

P O R N O F A G I A


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P O D E S I M

P O D E N Ã O

N Ã O P O D E S I M

N Ã O P O D E N Ã O

F O D E S I M

F O D E N Ã O

N Ã O F O D E S I M

N Ã O F O D E N Ã O

F O D A - S E


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T U D O Q U E P U D E 

T EU N U D E 

E N Ã O P U D E 

A D E U S S A Ú D E

T U D O Q U E Q U E R I A

T U A A L E G R I A

P O R M A I S U M D I A


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A T R A V E S S A D O S V E R S O S

R É U S C O N F E R S O S

A T R A V E S S A A R U A

A T R A V E S S A A L U A

A T R A V E S S A A S U A 

A T R A V E S S A A N U A

R É U S P E R V E R S O S

A T R A V E S S A D O S V E R S O S


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Das Tripas, Tripas Mesmo

Vejo isso tudo como um sujeito comum mesmo...

Eis um monte de átomos com alguns bilhões de anos, largadas por aí mesmo em um passeio interminável. Todos os caminhos são algumas ruas que os cães sem dono possuem. Tudo tem o mesmo valor - nenhum...

Eis a cela lotada por animais que mamaram e que respiram sempre, atormentados por necessidades contínuas que o embrutecem. Fome, sede, dor, tesão, medo, são espectros, sombras invisíveis que machucam mais que espinhos de uma roseira malvada. Tudo vai dar no mesmo caminho - nada...

Aqui está o nosso testamento feito bem antes do de cujus existisse. Alguns ossos rirão olhando para um alto tapado. A nossa imbecilidade gastou os segundos que tivemos. E a nossa falta de carinho tirou alguma beleza que deveríamos ter guardado numa quase eternidade escondida chamada ternura. Tudo tem igual propósito - partir...

Essa é a maior mentira que podemos carregar em nossos braços: a juventude. Nossa crueldade será o nosso carrasco e nossa cabeça será cortada por seu afiado machado quando menos esperamos. Apenas os espelhos possuem beleza enquanto seus vidros estão inteiros e as manchas diversas também não os devoram. Toda luz é uma sombra que nos engana ao seu bel-prazer. Tudo é apenas o que sempre foi - engano...

Até os sábios deveriam chorar por sua camuflada tolice, nenhuma filosofia satisfaz nossa animalidade. Todos os assassinos um dia choraram pelos seus brinquedos e os putas embalaram suas bonecas com suaves canções. A poeira tem mais fome do que qualquer outro demônio e nada está fora do seu alcance, até as águas não conseguem fugir ao seu intento. Tudo são apenas algumas palavras desconexas - mudez...

A nudez das formas é uma grande piada, a perfeição nem sabe que pode existir e cada época falará por si mesma e mesmo assim não haverá nenhum argumento coberto de unanimidade. O gênio é apenas resultado das mãos que se juntaram por alguns fugazes instantes para aplausos que não possuem valor algum. Tudo é apenas resultado de um simples estalar de dedos de dedos - agora...

Em algum lugar que seja lugar, numa aparência que seja somente isso, olhos fecham e a inconsciência vela em suaves pesadelos nem notados, sem certo e sem errado, forçosamente tudo se repete, É preciso ser idiota para que a ferida seja maior que o corpo, para que a mágoa só exista em si, toda dor surgiu de dentro e não conhece outro lugar senão nós mesmos. Tudo é apenas - é...

Vejo isso tudo como um sujeito comum mesmo...


(Para Fb, L., extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

terça-feira, 27 de junho de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 236

 

Não atirarei

O tempo é um alvo muito distante

E o jogo de dardos

Não é a cena de algum filme...

Não atirarei

Existem muitas balas achadas

Do nosso cotidiano

Recheado de tantas incertezas...

Me atirarei sim

Deste novo abismo de palavras

Feito por algum Ícaro

Que ainda não voou para o sol...


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Os passarinhos agora tocam na banda

Os gatos de vez em quando arriscam voos

Os cães ladram atrás dos carros contentes

Onde estará aquele meu velho menino

Para tomar seu lugar de direito?


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E no meio de uma madrugada insone, mesmo em silêncio me desespero, como muitos por aí que não sei nem contar. As palavras vindas em meu pensamento são vidros que caem das velhas prateleiras. Na noite tem poeira, sim, tem e muita, mas é precisa alguma luz para podermos notar. A cegueira da noite é nossa mestra e nosso abismo de igual forma. Sonhos cortados fazem chorar ou fazem rir, depende do grau do nosso desespero. Tudo é frio na tristeza, mesmo quando aparente ser quente, mas não é...


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Fui tolo em pensar que minha memória salvaria todos, ela foi um Titanic. Fui idiota em pensar que todos os sonhos brotariam feito caroços de feijão no algodão molhado. Fui imbecil em pensar que os anjos desceriam dos céus ao nosso primeiro grito de socorro. Todo tempo traz em si a maldade para seu café da manhã. E toda alegria sofre o mal da timidez...


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Não sei porque gemia se fazia cerca de dez, quinze programas numa só noite. Deve ser porque em todo roteiro vem escrito que a timidez e a surpresa aparentes fazem parte do cardápio. Não imagino porque a inocência persiste em continuar fingindo que existe de alguma forma. A bula de vez em quando comete seus equívocos. Não existem mais andorinhas e muitos verões se aposentaram sem o merecido prêmio que fizeram jus...


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Mais um café sem açúcar, minha pobreza não permite esse luxo de ter algo para poder adoçá-lo. Mais um cigarro confeccionado com as pontas que guardei no velho cinzeiro. Mais um dia cinza e sem cores que acaba me enjoando como uma viagem turbulenta para uma pescaria inútil. Mais um choro engolido querendo mostra que está tudo bem quando nunca esteve...


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As ovelhas precisam comer, comem sempre. Só não podem escolher o que comem, não podem comer de cabeça alta. O rebanho está sempre protegido, só não está quando o lobo faz alguma visita e estava na hora do almoço. As ovelhas entram em desespero se não aconteceu nada de desastroso e não passou na televisão. Também ficam apavorados se esquecem o celular em casa ou alguém roubou numa esquina qualquer...


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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Tudo Era O Último

Tudo era o último

Mas não foi

Pois havia uma vírgula lá...

Atrás da parede

Havia um espaço lá,

Além do muro

Todo mundo,

Depois da jaula

Muitas e muitas ruas...

Ícaro não caiu no abismo

O abismo e o sol era gêmeos...

Depois da saideira

Mais uma e outras,

Depois de qualquer fim

Mais um capítulo...

Sonhos mortos podem ressuscitar

E o velho amor

Pegou o ônibus circular...

Vamos mostrar a língua

Para a morte...

Eu quero um carnaval,

Quero um carnaval,

Quero um carnaval

Mesmo fora de fevereiro!

Tudo era o último

Mas não foi...!


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Poesia Gráfica XXI

M A D U R O

M A U D U R O

I N G R A T I D Ã O

H U M A N A ?


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pAu QuE dÁ eM Chico

pAu QuE dÁ eM Chico

SERÁ QUE DÓI?

QUE DÊ NELES...


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O R G A S M O S I M P L E S

O R G A S M O D U P L O

O R G A S M O T R I P L O

M U L T I O R G A S M O

P O L I O R G A S M O

M A R A S M O . . .


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C O M E U A C A R N E 

R O E U O S O S S O S

C O M E U A F O L H A

R O E U O S N O S S O S

B E S O U R O S E O U R O S

F I L A D A P O B R E Z A 


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P E T E R P A N

P E T E R F A N

P E T E R V A N

P E T E R N A N 

P E T E R L A N

P E T E R V Ã O


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A D A P T A Ç Ã O

A D A P T A A Ç Ã O

A D A P T A C Ã O

A D A P T A C H Ã O

A D A P T A S Ã O

A D A P T A N Ã O


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B E S T A É T U

B E S T A É T U

B E S T A É C U

B E S T A É C U

B E S T A É N U

B E S T A É N U

B E S T A É B U

B E S T A É B U


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domingo, 25 de junho de 2023

Dá Tempo Pra Fumar Mais Um Cigarro?

Dá tempo pra fumar mais um cigarro

Na frente do pelotão?

Não preciso de venda. Dispenso.

Talvez veja o velho corpo ir ao chão,

Isso se o primeiro tiro não for certeiro...

Dá tempo de me lembrar dela

Antes de parar de respirar?

Não sei se sorrirei. Mas lembrarei sim.

Daqueles dias frios e sombrios

Que mesmo assim ela veio me visitar...

Dá tempo de ver o sol brilhar novamente

Antes que venha a tempestade?

Não aproveitarei dele. Mas outros vão.

Quando se espera o nada

Qualquer coisa acaba servindo...

Dá escutar um passarinho, ver uma flor

Antes que tudo então escureça?

Estarei voltando para o mesmo nada

De onde vim e de onde pertenço...

Dá tempo pra fumar mais um cigarro

Na frente do pelotão?

Se não dá, não faz mal. Um trago só basta...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Poema Vil(U)

Profusão de tempo e espaço

Nada será até que o seja

Todos os vampiros tem insônia

E todas as explicações cabíveis

Carecem de qualquer lógica


O que foi um dia alguma coisa

Apenas impactou velhas retinas

E agora é figura congelada

Toda nudez será observada

Mesmo que sem algum comentário


O herói do dia tremerá de medo

Sentará no jardim de alguma praça

Esperando notícias quase ruins

De um novo semelhante pesadelo

Que talvez venha e talvez não


Minha genialidade caiu e quebrou

Assim como meus dentes aos poucos

A dúvida escolhe apenas um lado

E a maldade procura seu canto

As palavras são cartas do baralho


Não existe estranheza alguma

Por tais flores agora tão diferentes

Remédios são venenos fora da ordem

Enquanto as nossas cinzas mariposas

São borboletas agora entristecidas


O luto é um lençol que é amarelado

Assim como papéis de carta antigos

O vento ainda permite uma dança

Enquanto as ruas estiverem caladas

Mesmo quando o relógio enlouqueça


Porque acordei assim tão cedo

Se não há nenhum passeio previsto

Mesmo quando rios ainda sejam rios

E mares são quase os mesmos 

Meu cemitério anda tão cheio...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

sábado, 24 de junho de 2023

Poesia Gráfica XX

M A D R U G A D A

M A D R U G A 

M A C H U C A D A

M Á


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C A D Ê A J U S T I Ç A ?

C A D Ê J U S T I Ç A ?

C A D Ê ? C A D Ê ?

C A D Ê A D E L I Ç A ?

C A D Ê D E L I Ç A ?


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C A C H O R R O

C A I C H O R R O

T Á C H O R R O

A H M O R R O

POEMA OU CACHORRADA?

A U N Ã O L A U S I M


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TORRADASBRANQUINHASECAFÉ

PARAÍSODECOISASSIMPLES

ALGUNSVERSOSQUASEMALFEITOS

ONDESERÁQUEESTOU?

SERBANALEREALFEITOPASSARIM...


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Q U E S T Ã O D E S O R T E

Q U E S T Ã O D E M O R T E

Q U E S T Ã O D E C O R T E

Q U E S T Ã O D E P O R T E

Q U E S T Ã O D E N O R T E


Q U E S T Ã O D E S A L

Q U E S T Ã O D E M A L 

Q U E S T Ã O D E T A L

Q U E S T Ã O D E V AL

Q U E S T Ã O D E P A L


Q U E S T Ã O D E L U Z

Q U E S T Ã O D E J U Z

Q U E S T Ã O D E P U Z

Q U E S T Ã O D E C U Z

Q U E S T Ã O D E B L U S


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B R I N Q U E D O S C A E M

B R I N Q U E D O S V A EM

B R I N Q U E D O S S A E M 

B R I N Q U E D O S E S V A E M


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N E P A L S U D Ã O F I L I P I N A S

F A I X A D E G A Z A A F E G A N I S T Ã O

P A Í S E S BA I X O S B É L G I C A P E R U

S U R I N A M E M É X I C O A R G E N T I N A

P O R T O R I C O H A I T I C U B A H A V A Í

A R Á B I A S A U D I T A L Í B I A I R A Q U E 

S Ã O D O M I N G O S E S C Ó C I A I R Ã

A Q U I M E S M O . . .


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sexta-feira, 23 de junho de 2023

Segundo A Segundo



um segundo pra te amar
outro segundo pra te odiar
e em brancas nuvens o tempo passa
minha amada... minha pirraça...

um segundo pra te querer

outro segundo pra não querer
e eu coloco meu carro na contramão
minha companhia... minha solidão...

um segundo pra te lamber
outro segundo pra te morder
e eu me coloco em puro desespero
meu desleixo... meu esmero...

um segundo pra ser mais nada
outro segundo pra te ter amada
e aos poucos o relógio segue parado
nem sei mais porque tenho te amado,,,

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Feito Um Filme


Feito um filme
Tragédia e crime...
Tudo fala
Nada exprime...
Até o mal
Nele é sublime...

Somos os atores convidados
Com papéis improvisados...

Feito uma fita
Tragédia e desdita...
Nada fala 
Mas tudo grita...
Talvez feia
Mas é tão bonita...

Descemos de paraquedas
Esquecemos as moedas...

Feito uma película
Tragédia ridícula 
Quase fala
É só partícula
Um dia será
Como uma canícula...

O cinema estava lotado
Voltei tão decepcionado...

Começa Mais Cedo...

 

Começa mais cedo...

Mais tragédias enfeitadas

Na tela de segredos

Que nos regula sempre...


Começa mais cedo...

Na caixa de Pandora

Que nos liga ao mundo

E assim nos cega...


Começa mais cedo...

As filas de geral tristeza

Onde nosso tempo

É esmagado com os pés...


Começa mais cedo...

O preenchimento das covas

Por culpa expressa

Da ganância feita

Pelos senhores do mundo...


Começa mais cedo...

A inversão rotineira

A maldade tão comum

A bondade coisa mais rara

Até o final da peça...


Começa mais cedo...

A chuva que é de hoje

A chuva de todos os dias

Chuva de olhos

Sobretudo dos tristes...


Começa mais cedo...

E termina também...

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 235

Grande tristeza feita em pedaços, tal grãos de areia ou cacos de vidro. As areias brilham sob a noite, o vidro brilha sob o sol. O menino com olhos de estrela, o sorriso de uma eternidade. As flores estarão conosco sempre, é uma chuva que nunca para. Chuva de flores, isso sim! Mil pétalas que caem no chão...


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Estranho sim, pois não? O meu peito falar bobagens e a mente, essa precavida, esquecer-se de si mesma em vários e vários tombos. Ele escuta as bobagens e ainda bate palmas. Acabou a importância se alguém vai reparar ou não vai. O coração de quem ama ou de quem sonha são parecidos, acabam dominando tudo.


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Dia desses vi uma sombra, não tive medo. Era pra ter? Uma sombra quase triste, dessas cheias de sono de noite passada, dessas mal-humorada mesmo quando ri de não poder mais. Uma sombra quase azul, num cinza parecendo nuvem pesada de chuva de fim de tarde. Iria chover agora? De certa forma, chove todos os dias, ou dentro do peito ou lá fora no mundo. Dia desses vi uma sombra, não tive medo. Era pra ter?...


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Quase nada me deixa triste agora, o costume entorta a alma. Não queremos a tristeza, mas ela faz parte de nós, nasce conosco como um sinal que nos acompanhará até nosso último momento. Nem tudo que queremos, temos. O vice-versa acaba também funcionando. Eu, por exemplo, só queria algumas areias de praia pra poder brincar e algumas nuvens também...


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Cansaço, muito cansaço, é o que temos para hoje e para todos os outros dias. Ilusão, muita ilusão, é o que nos aflige construindo todas essas nossas feridas expostas. Os pássaros que agora voam, um dia irão cair bem lá do alto. E ainda assim, mesmo não querendo, os meus olhos ainda brilham meio contentes vendo tanta coisa...


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Eu gosto de certas misturas estranhas... Que mal há nisso? Gosto de carpideiras e de carnaval, o choro pago e a alegria desenfreada... Gosto de flores pequenas sem nome e algumas nuvens vadias, o anonimato da real beleza e o passeio antes do mergulho no chão... Gosto do doce silêncio de mais um dia sem graça e os teus olhos meio tortos na foto da rede social, eis que o silêncio num canto disfarça meu desespero e os teus olhos mostram uma eternidade que nem sei se tenho...


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Quando vi, já era tarde, muito tarde para fazer alguma observação. A fogueira já tinha se apagado, todos os que eu amava já tinham ido embora, só existe uma pequena sobra de tempo. A festa tinha chegado ao fim, os convidados já tinham ido embora. Quando vi, já era tarde, muito tarde para apenas dar um olhar. E apenas algumas palavras me sobraram na boca. Ou será que nem isso?...


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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...