Quanto mais vejo, menos enxergo
Sobretudo nos dias mais claros
Não entendo a maldade e me cego
São momentos de alegria tão raros
Faço versos, todos eles sem ensejo
Alguma graça neles haverá?
Só sei das coisas que desejo
E esse meu sol que se apagará
Quantos mais vejo, menos percebo
Mais ainda o que forço a vista
Quanto mais sede, menos bebo
Desejos meus naquela velha revista
Faço versos, todos eles tão feios
Por que são assim tão vulgares?
Já tentei usando todos os meios
Que se dispersassem pelos ares
Quanto mais vejo, menos diviso
Sobretudo na claridade do dia
Não preciso da luz, não preciso
Minha vida é só monotonia
Quanto mais vejo, menos enxergo
Sobretudo nos dias mais claros
Não entendo a maldade e me cego
São momentos de alegria tão raros...
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