segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 186


Um sol tremendo para gregos e troianos. 

E para os pombos que passeiam filosoficamente entre as ruas desta nossa cidade como ares preocupantes. Os metais brilham de forma impressionante e cumprem seu papel. Onde estarão nossas esfinges? Hoje deve ser dia da folga delas, só nossos camelôs nunca descansam. E as filas nunca acabam...

Algumas fumaças realizam seus intrépidos voos...

Uma ilusão nos embriagando até nossa queda no chão, sono fora de hora e de lugar. Façamos os planos mais bobos de uma felicidade inalcançável em dias de chuva forte. O menino se esconde debaixo de algum teto e espera que tudo passe. Onde estarão aqueles brinquedos? Andam em outros céus que eu nem posso ver...

Um sol tremendo para gregos e troianos...


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O relógio deixa suas pegadas

Com pés existentes e não

Arrasta consigo milhares de folhas

Que amarelaram em mergulhos

O chão é apenas o limite

Do que podemos fazer

Paredes são insuficientes

Para nos guardar de nós mesmos


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Eu tenho medo de quase tudo

e gosto de poucas coisas também

Ser assim é o comum de muitos...

(Ou será de todos nós?...)

Acabamos assassinando os dias

e quando vemos é tarde demais...

Muito tarde... Como quase tudo...


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a ponte caiu

o carro quebrou

o dólar subiu

o amor me largou

a alegria sumiu

a chuva chegou

não sabe nem viu

não sei quem eu sou

toda saudade fere

toda lembrança dói...


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O que acaba sobrando? No prato? No prato nada, nem sempre nesse tem alguma coisa... Nossos dias nunca foram tão ruins... Tem rido muito? Rir de que? Não há mais festas, os lutos chegaram, as guerras nem foram embora... A tristeza é uma constante matemática... Não se desespere... Com certeza não! De que isso vai adiantar? Os manicômios estão cheios, não tanto como os ônibus e trens lotados, mas estão... E seus sonhos? Estão sendo realizados? Não seja debochado, deboche é uma coisa feia... Os nossos já nascem mortos, nem precisam ser enterrados...


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Onde estão os saltimbancos?

Onde estão os barrancos

pra gente poder se atirar?

Não há negros e nem há brancos

quando somente pobreza há...

Confundimos todas as cores,

sobretudo quando só há dores

e não podemos mais suportar...

Lá se foram os meus amores

e não irão nunca mais voltar...


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Fortes em nossa fraquezas

tolos em nosso conhecimento...

O que temos para destruir agora?

Cegos na mais completa visão

irracionais na nossa consciência...

Até onde iremos nós?

Nossa fome mais costumeira,

nossos sonhos apenas doloridos...


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Poesia Gráfica LXXXVI

T U A T R A N Ç A T O D A D A N Ç A T U D O A L C A N Ç A F E R O Z E M A N S A ...............................................................