Sem som, sem movimento,
apenas o som da solidão
e a imobilidade da alma...
O próprio vento tem preguiça
de correr noite adentro
para encontrar o seu amor
que afinal nunca teve...
Sem água, sem fogo,
apenas a certeza da incerteza
o maniqueísmo morreu...
Toda procura se perde
e até alguns dos labirintos
gritam pedindo socorro
sem ouvir resposta alguma...
Sem comida, sem abrigo,
quem tem nem liga
e o cinismo impera...
Cada segundo uma parede cai
e os sonhos de volatizam
mesmo quando descobrimos
que até a dor vale a pena...
Sem razão, sem argumento,
é hora de calar a boca
e engolir tudo calado...
Eu uni minhas pobres mãos
como se estivesse orando
mas cada pedido meu
encontrou apenas surdez...
Sem história, sem memória,
apenas estas sujas ruas
onde cenas acontecem...
O verde se tornou em luto
e a minha pobre vulgaridade
foi talvez a única
a não rir da minha cara suja...
Sem som, sem movimento,
apenas o som do desespero
que vem me engolir a alma...
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