morri-me todos os dias
como quem cruza as mãos sobre o peito
fecha os olhos e pronto...
A poeira deu-me alergia
incomodou-me os olhos
e finalmente cobriu tudo...
Quase morri em versos abandonados
chorei-me todos os dias
assim em dias totalmente cinzas
desprovido totalmente de azul...
A festa acabou antes
e a fogueira se apagou
me deixando no escuro...
Quase morri em versos abandonados
dominguei-me em desespero
sabendo que aquilo
que amamos não voltará mais...
Meu peito é um ataúde
onde guardo os cadáveres
do que queria e não tive...
Quase morri em versos abandonados
carnavalei-me em desvario
já estamos na quinta-feira
e nem demos conta disso...
A fantasia já se rasgou
o bloco do sujo está limpo
ricos burgueses sem culpa...
Quase morri em versos abandonados
todos eles afogados num copo...
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