sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Quase Morri Em Versos Abandonados

Quase morri em versos abandonados
morri-me todos os dias
como quem cruza as mãos sobre o peito
fecha os olhos e pronto...
A poeira deu-me alergia
incomodou-me os olhos
e finalmente cobriu tudo...
Quase morri em versos abandonados
chorei-me todos os dias
assim em dias totalmente cinzas
desprovido totalmente de azul...
A festa acabou antes
e a fogueira se apagou
me deixando no escuro...
Quase morri em versos abandonados
dominguei-me em desespero
sabendo que aquilo
que amamos não voltará mais...
Meu peito é um ataúde
onde guardo os cadáveres
do que queria e não tive...
Quase morri em versos abandonados
carnavalei-me em desvario
já estamos na quinta-feira
e nem demos conta disso...
A fantasia já se rasgou
o bloco do sujo está limpo
ricos burgueses sem culpa...
Quase morri em versos abandonados
todos eles afogados num copo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...