Junto minhas lembranças em trapos
e encho antigas gavetas com elas
Nomes e rostos perdidos na lembrança
faço deles um meu novo monstro...
Capricho no meu ridículo
como qualquer cidadão de bem
Temos sempre perdão para nós mesmos
e nunca temos para os outros...
Eu fiquei pensando quase dia desses
sobre o fato de ainda estar aqui
Será que ainda estou mesmo?
Ou já fui embora e nem percebi...
Meus olhos já foram azuis
enegreceram e depois entortaram
Não olham mais com sofreguidão
bundas de fora em velhas revistas...
Tudo mudou sua perspectiva
o meu quintal-mundo encolheu
E aquele sol que eu desenhava
há muitos dias já se escureceu...
Se eu pudesse andar para trás
certamente eu assim o faria
Como num filme ao contrário
para reviver tudo o que eu vivi...
Alguns arlequins e muitos palhaços
todos ocupando o mesmo espaço
Grandes e pequenas jogadas
não passamos de grandes nadas...
Notas conhecidas agora não mais
velhas ondas para o mesmo cais
O silêncio tem ouvidos para escutar
mas eu não tenho mais o que falar...
Vou rir de que afinal de contas?
perdi minha carteirinha de hiena
E o circo ainda não chegou de novo
para que eu possa pintar meu rosto...
Toda estatística acaba sendo idiota
nos vendemos por algumas moedas
E sempre tentamos disfarçar isso
com a felicidade que nunca temos...
Junto minhas lembranças em trapos
e encho antigas gavetas com elas
Nomes e rostos perdidos na lembrança
faço deles um meu novo inferno...
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