Não se engane,
poemas estão em falta...
Vemos apenas felizes tentativas
de marqueteiros
que pintaram sua cara
com o mais célere mau-gosto...
Toda beleza
é apenas um tempo
que se atrasou para engolir
qualquer coisa com sabor...
O amor?
É um velho embriagado
que acabou de tropeçar
e meteu a cara na calçada...
Frases de efeito?
Estão no grande cemitério
de redes sociais
e de nada servem...
Pois as fotos
são impressões imprensadas
numa parede velha
de um banheiro sujo...
A nova sensação
ficou lá pra trás
numa curva abandonada
de velhos sites...
Que grande plano?
Para todo começo
apenas um final
que pode ser
bom ou ruim...
Um, dois, três...
Aperte o botão,
coloque o dedo na tela,
faça a guerra começar...
Três, dois, um...
Acenda mais um cigarro
e se mate aos poucos
conforme a bula...
Eis a nova razão
de não ter razão
porque isso
não é mais preciso...
Sobreviver é
mais um suicídio
planejado de forma
totalmente desesperada...
Os bardos são bastardos
que comeram
e acabaram vomitando
meras inflexões...
A liberdade
pode ser a corrente
que a madame
pois no pet de estimação...
O pet de estimação,
a cachaça de estimação,
a droga de estimação,
a carne de estimação...
Tudo pronto
como macarrão
em caixinhas
vindo no delivery...
A sorte está lançada,
sem mantos,
sem dados
e sem soldados...
A campanha do candidato,
a manha do rato,
o novo Titanic
no jornal da manhã...
Silêncio, por favor,
quero dormir
por um breve tempo,
apenas a eternidade...
Não se engane,
poemas estão em falta...
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