todas as mágoas chegaram
todas elas em bando
a dor vem surgindo dançando
vem cumprir seu papel
ela está comemorando
não sei mais nada estou delirando
pois já vivi muito tempo
estou me cansando...
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pés, mãos, gestos
impressões marcadas
em cada passo silencioso
um mar desesperado
aonde foram as ondas?
...
estou bêbado
sem nada pra comemorar
...
talvez eu seja apenas
uma folha que caiu
e nem percebeu esse ato
...
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em cada esquina um lamento sem nexo
agradeçamos todas as nossas fiéis dúvidas
cada passo tropeçado foi mais um
o relógio tem nos ajudado de alguma forma
existir é como jogar damas sem adversário
meu grande inimigo mora atrás do espelho
sou o leão que vive sempre com fome
e o pássaro perigoso por suas cantorias
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de-li-ca-da-men-te
dormia um sono sem explicação
eu quero aqui que desconheço
na mais pura de todas as pirraças
até que o dia acabe se repetindo
invento as palavras que quiser
e sento na calçada contando níqueis
rir pode ser difícil quanto voar
mas mesmo assim vale a pena
espero andar novamente de novo
por terras que na verdade nunca andei
de-li-ca-da-men-te...
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flores sobre a pedra
nela poucas palavras
e alguns números
o silêncio inesperado
mas desejado
de uma forma ou de outra
água sobre o rosto
nela muitas dores
e o choro exato
com explicação
de alguns sonhos
que não mais voltarão...
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os ventos vêm brincando
misturados ao sol
mesmo tristes
sorrimos...
as folhas vêm dançando
verde coreografia
mesmo amarelando
um dia...
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Foi numa dia desses...
Que os dias se sucediam
com calma calculada...
Que a inocência
nos dava bom dia...
Que coisas pequenas
eram tão grandes...
Que eu era o menor
na fila da escola...
Foi num dia desses...
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