Não espere algum lirismo
que vá partindo de mim...
Eu sou apenas um grito na madrugada
acordando um pobre
que dormia apenas por engano...
Um vento quase fresco
vem diretamente do mar
trazendo certas ilusões
que o dia há de matar pela manhã...
Eu não sou moderno
como as pessoas do meu tempo
e minha ansiedade
surge dos escombros de lembranças...
Morri mil vezes e ainda morrerei
sem que necessariamente
outros epitáfios sejam feitos...
Eu repito tristes litanias
até que a voz se canse...
Eu fugi por estreitos labirintos
e me perdi em todos eles...
Minha poesia é o único alento
e a única e real mágica
para dores que não passam...
Não me procure em páginas
que agora amarelaram
como uma folha morta
que repousa no chão frio...
Me procure em outras águas
cai e o rio acabou me levando
se vou para algum mar
desconheço isso totalmente...
As cores das paredes desbotaram
o emboço está caindo
e mesmo assim teimo ficar de pé...
Eu falo palavras mágicas
mesmo desconhecendo quais são...
Nenhum comentário:
Postar um comentário