sábado, 20 de agosto de 2022

Talvez

O homem. A máquina. O Estado.

Rimas secas cheias de improbalidades.

Todo sonhado que não devia ser sonhado.

Estamos acostumados com estas toxidades. 

Quem teria ou podia ter nos salvado?

Talvez os farrapos de nossas saudades...


O evidente. O anônimo. A tendência.

Quem dói menos inveja quem dói mais.

Somos vermes cheios de alguma prepotência.

Guerreiros de papel em batalhas siderais.

Quem tornará em santa a nossa paciência?

Milhares de confetes em nossos carnavais...


O grande. O pequeno. O médio.

A minha memória se tornou uma ladeira.

Engulamos sem esperança nosso remédio.

O nosso choro não passou de brincadeira.

Quem vai nos salvar desse nosso tédio?

Ponha logo no copo essa minha saideira...


A moda. O antigo. O constante.

Está quase impossível segurar com a mão.

Somos roubados em cada um instante.

Mesmo quando nós não prestamos atenção.

O sonho ainda faz o seu papel de farsante?

Tudo que eu queria foi apenas ilusão...


O homem. A máquina. O Estado.

Lágrimas secas de certas impossibilidades.

Todo desejado que não seria desejado.

Estamos desacostumados com as novidades.

Quem poderia ter nos acalentado?

Talvez os restos das nossas mocidades... 

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