segunda-feira, 1 de agosto de 2022

New Holocaust


eu vejo o que não gostaria de ver

desnudos todos estamos

mesmo cobertos da cabeça aos pés

todos caem como moscas

todos caem do alto dos prédios

todos constroem seus abismos

a menina inocente se corrompeu

o garoto vive de programas

o idealista se desesperou

o humano descobriu o que era

o rapaz gentil da funerária sempre sorri...


não discutamos filosofias

a tolice está no nosso caminho...


a bailarina louca grita suas insanidades

o herói saiu correndo em puro desespero

o cheiro do mijo e da merda não incomoda

a corrupção encheu as ruas e as praças

toda a guerra agora é possível

desde que aconteça na casa ao lado

queremos morrer em eternas filas

o nosso tesão agora é por anomalias

existem máquinas prontas para ele

e toda a aberração agora é bem-vinda...


não existe porta de saída

a porta do banheiro é mais importante...


em tantas bocas faltam inúmeros dentes

nelas a comida também faltando

o dinheiro mandando no mundo como sempre

mãos sujas em panos brancos e limpos

e a nudez do exagero aliada à moda

tudo serve para se jogar fora amanhã

hoje tem festa no inferno porque chegou mais um

preparem a cruz para um novo Cristo

e façam alguns versos que sejam medíocres

para falar o que não seja mais compreensível

um novo holocausto é sempre bem vindo...


parem de uma vez esse carro

eu queria era entrar pela contramão...


(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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