segunda-feira, 16 de julho de 2018

Escada e Dalila

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foi um tempo até que nebuloso
porque assim são os dias
dificilmente uma memória não fraqueja

mas tudo havia mesmo pequeno
pequeno todo espaço que me lembro
e eu mais ainda em pouco tempo

uma rua sem saída igual estrada
incontáveis folhas secas que ele juntava
e eu ia logo depois acendendo tudo

haviam dois poços por lá
um era a ordem e tudo que usávamos
o outro o mistério o tabu e uns tapas

mas o que eu gostava mesmo
era correr por aquele quintal grande
antes até num tempo de cerca 

a pequena garagem que até brinquei
e as flechas que atirávamos
dificilmente grudavam no álbum

o jardim com a lápide do pequinês
que até me davam medo e rosas
até o dia que não deu mais

mas a escada era tudo e tudo
até me dava um não sei quê no peito
mas até não me importava com isso

eu juro que vi uma cobra!
nesse dia descemos como balas
e dias levamos para ir lá de novo

mas eu ia Dalila e me lembro 
daqueles cachos tão bonitos
e da pouca roupa que você usava...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida)

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