sábado, 14 de julho de 2018

Da Natureza do Mal

Imagem relacionada
Previne-te do mal, ò meu amigo. Não se faz necessário que vás ao encontro deste, ele é um bom operário e cumpre as tarefas que lhe confiadas com afinco e nunca descansa.
Desde o instante em que abres os olhos para o teu afã de viver ao que o sono finalmente te vence, ou ainda, a noite te consome em desespero, ali ele está. 
Repara em seu sorriso inocente e sarcástico. Pois sim, ele se apresenta de inúmeras formas, tem inúmeros nuances e é um bom ilusionista em fazer seus magistrais truques. 
O mal à sua maneira é um sábio, pois o engano pode ser mais do que imaginamos e seus companheiros são inúmeros e irão auxiliá-lo em sua mórbida tarefa de te afligir. 
Esquece um pouco as tuas ilusões, olha adiante e enxerga de uma vez por todas que estás na vida e que ela é apenas um perigo em cada minuto como uma agulha que irá te ferir. 
Previne-te do mal, ò meu amigo. Ele é um grande alquimista que consegue transformar coisas e seres. É corajoso em sua covardia, é digno de todos os adjetivos que a linguagem dos homens determinou e até muito mais.
Examina bem todas coisas, meu amigo. O mal pode transformá-las de forma imperceptível. A flor da cicuta é branca, mas a maioria dos remédios são amargos, alguns até dolorosos.
Não te afastes da verdade um só momento, ela geralmente não é bela, nem muito gentil, não quer te embalar com belas canções e nem te restaurar o sono que falta em trágicas noites, mas nunca te trairá. É ela que quebra todas as correntes e assusta a mentira e a faz ir embora envolta em seu manto de vergonha.
Por outro lado, não te preocupes com o deboche dos tolos. A grande tolice é o próprio mal, a mão que fere também será ferida. Não sejas responsável pela tristeza dos outros, ser da tua mesmo já é fardo bem pesado.
Previne-te do mal, ò meu amigo. E segue adiante...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...