sábado, 2 de agosto de 2025

Tudo Aquilo Que Voa

A ave que inspirou Poe em noites solitárias

O pombo sem ter asas que o menino jogou

Cobardes bombas se atirando de altos céus

E a minha imaginação pelo ar sempre...


O habitante de tristes mares que morre cego

Aquele que me dava medo em antigas noites

E o voo rasante e certeiro pelas escuridões

E a minha imaginação pelo ar sempre...


A minha aventura que cortou o Atlântico

O carcará na voz do mais triste dos poetas

Versos imortais do nosso Assaré de Patativa

E a minha imaginação pelo ar sempre...


Procura do sangue desavisado dos pescoços

Colorido quebrando o verde maior de jardins

Cantiga que não se importa com a tragédia diária

E a minha imaginação pelo ar sempre...


Asas que desconheço se algum dia eu terei

Que nem Ícaro quando a cera vai derreter

Mesmo assim o sol também me atrai sempre

E a minha imaginação pelo ar sempre...

Pelo ar sempre... Pelo ar sempre... Pelo ar...


(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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