Tudo muda
Nada muda
A aparência é simples engano
Somos as mesmas crianças
Como sempre fomos e seremos
Temos estrelas
Somos estrelas
Só os lugares é que mudam
Ainda não percebeu isso?
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Ainda bem que eu quase não passo mais lá. Meus pés estão cansados. Minha alma está cansada. Bastam as tristezas que os dias me dão de presente. Mesmo que o mar fique no final da rua. Isso já importou. Não me importa mais. Importa para tanta gente. Não eu. Os bolsos estão tão cheios de lembrança. Portão fechado. Plantas invasoras. Janelas escancaradas ou arrancadas, Tanta poeira, entulho e lixo. Os anos se passam. O apetite do tempo é tão voraz. Não posso fazer nada, ninguém pode. Ainda bem que eu quase não passo mais lá...
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Minha rua se chama silêncio
No inverno até os medos se recolhem
Se porventura chove cada gota dói
As lâmpadas dos postes pouco fazem
Qualquer barulho jaz sufocado
Escuto um avião passando ao longe
Mas ele também já foi embora
Minhas pálpebras ainda pesam
Mas permanece a dúbia teimosia
De continuar em frente ao computador...
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Aconteceu? Virou acontecimento! Eis porque o nada se transforma em alguma coisa. Uma palavra ecoou no ar - acabou o silêncio. Um pássaro cantou - eis uma cantoria. No primeiro olhar nasceu o amor - eis o novo romance, ocorrendo ou não. O primeiro suspiro ou o último - eis uma história. Aconteceu? Virou acontecimento...
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Quantas vezes terei de repetir que te amo?
E que a impossibilidade desse amor é apenas detalhe?
Que não queria invadir sua vida mas que você fez isso comigo?
Quantas vezes terei que fazer o mesmo verso?
E terei de dizer que não preciso de asas para voar?
Quantas vezes os meus sonhos irão me ajudar a fazer isso?
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Toda normalidade acaba sendo excepcional. Todos os passos dados ficam registrados. A mesma luz do sol que ontem iluminou continua seu caminho. Somos grandes enganados. Nada realmente acaba. A eternidade sabe se disfarçar muito bem. Tolos é o que somos. Nem percebemos que a vida registra todas as cenas...
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O espelho é meu amigo...
Não fala nada, nunca me criticou...
Tão solidário!
Se rio, ri comigo;
Se choro, também chora...
E nunca reclama
Quando vou embora de repente,
Sem lhe dizer um até logo...
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