quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 357

Tudo muda

Nada muda

A aparência é simples engano

Somos as mesmas crianças

Como sempre fomos e seremos

Temos estrelas

Somos estrelas

Só os lugares é que mudam

Ainda não percebeu isso?


...............................................................................................................


Ainda bem que eu quase não passo mais lá. Meus pés estão cansados. Minha alma está cansada. Bastam as tristezas que os dias me dão de presente. Mesmo que o mar fique no final da rua. Isso já importou. Não me importa mais. Importa para tanta gente. Não eu. Os bolsos estão tão cheios de lembrança. Portão fechado. Plantas invasoras. Janelas escancaradas ou arrancadas, Tanta poeira, entulho e lixo. Os anos se passam. O apetite do tempo é tão voraz. Não posso fazer nada, ninguém pode. Ainda bem que eu quase não passo mais lá...


...............................................................................................................


Minha rua se chama silêncio

No inverno até os medos se recolhem

Se porventura chove cada gota dói

As lâmpadas dos postes pouco fazem

Qualquer barulho jaz sufocado

Escuto um avião passando ao longe

Mas ele também já foi embora

Minhas pálpebras ainda pesam

Mas permanece a dúbia teimosia

De continuar em frente ao computador...


...............................................................................................................


Aconteceu? Virou acontecimento! Eis porque o nada se transforma em alguma coisa. Uma palavra ecoou no ar - acabou o silêncio. Um pássaro cantou - eis uma cantoria. No primeiro olhar nasceu o amor - eis o novo romance, ocorrendo ou não. O primeiro suspiro ou o último - eis uma história. Aconteceu? Virou acontecimento...


...............................................................................................................


Quantas vezes terei de repetir que te amo?

E que a impossibilidade desse amor é apenas detalhe?

Que não queria invadir sua vida mas que você fez isso comigo?

Quantas vezes terei que fazer o mesmo verso?

E terei de dizer que não preciso de asas para voar?

Quantas vezes os meus sonhos irão me ajudar a fazer isso?


...............................................................................................................


Toda normalidade acaba sendo excepcional. Todos os passos dados ficam registrados. A mesma luz do sol que ontem iluminou continua seu caminho. Somos grandes enganados. Nada realmente acaba. A eternidade sabe se disfarçar muito bem. Tolos é o que somos. Nem percebemos que a vida registra todas as cenas...


..........................................................................................................


O espelho é meu amigo...

Não fala nada, nunca me criticou...

Tão solidário!

Se rio, ri comigo;

Se choro, também chora...

E nunca reclama

Quando vou embora de repente,

Sem lhe dizer um até logo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Folhas Para O Chá

(A vontade de ir ao banheiro, um incentivo como qualquer outro. A saudade mórbida, um sintoma do pobre paciente)... Até o silêncio tem seus ...