Essa é a nulidade desde os primórdios
Nós só queremos o que não queremos
E isso é que nos satisfaz
Para onde vai tudo isso?
São esses os prédios que não são nossos
Cercados de muros feitos para desabar
O amanhã é o mesmo ontem
Onde estará nosso relógio?
Dançar sobre cacos de vidro é nova moda
O engolidor de espadas me deu um lanche
Voar como se fosse uma anêmona
Os vermes precisam ter asas?
Fazer silêncio no nosso próprio funeral
Tudo que vi e que não vi já me basta
Não há fantasmas suficientes
Quem vai apertar o botão?
Toda fama escorrerá feito água na calçada
Só as lápides testemunham as nossas sagas
Eu nem sei quem sou agora
Quem descobrirá isso por mim?
As sextas apenas são convulsões de sábados
E os domingos chegam querendo nos matar
Toda a ingratidão nos cerca
Você gosta de roupa de marca?...
(Extraído da obra "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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