sexta-feira, 15 de agosto de 2025

De Marca

Essa é a nulidade desde os primórdios

Nós só queremos o que não queremos

E isso é que nos satisfaz

Para onde vai tudo isso?


São esses os prédios que não são nossos

Cercados de muros feitos para desabar

O amanhã é o mesmo ontem

Onde estará nosso relógio?


Dançar sobre cacos de vidro é nova moda

O engolidor de espadas me deu um lanche

Voar como se fosse uma anêmona

Os vermes precisam ter asas?


Fazer silêncio no nosso próprio funeral

Tudo que vi e que não vi já me basta

Não há fantasmas suficientes

Quem vai apertar o botão?


Toda fama escorrerá feito água na calçada

Só as lápides testemunham as nossas sagas

Eu nem sei quem sou agora

Quem descobrirá isso por mim?


As sextas apenas são convulsões de sábados

E os domingos chegam querendo nos matar

Toda a ingratidão nos cerca

Você gosta de roupa de marca?...


(Extraído da obra "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Folhas Para O Chá

(A vontade de ir ao banheiro, um incentivo como qualquer outro. A saudade mórbida, um sintoma do pobre paciente)... Até o silêncio tem seus ...