Viver? É muito mais do que pirraça...
Dormir sem saber do acordar amanhã,
Acordar sem saber se poderá dormir,
Não saber onde logo mais estaremos,
Se estaremos aqui ou estaremos ali...
A vida mastigada feito pão dormido...
Viver? Sem cachorro no mato perdido...
Comer sem saber se tem mais comida,
Comer pensando num próximo prato,
É tudo daquele mesmo jeito de sempre,
O destino nos fazendo de gato e sapato...
A vida tomada feito um gole de café frio...
Nunca estive mais cheio de tanto vazio...
O sonho é mais um pesadelo agradável,
Sonhar é como final fingido desta novela,
O sonho do pobre é morar num barraco
Enquanto come seu pão com mortadela...
A vida quase igualzinho que nem corte...
O morto está vivo e o vivo quase na morte...
A vida parece até mandiga... Não parece?...
(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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