sábado, 23 de agosto de 2025

Carliniana XCVI ( Sem Verme, Sem Passeio, Sem Lua Cheia )

 Eu não sabia que não sabia até que não soube

A rua tem o tamanho do mundo mesmo que não

Ninguém lhe proíbe mais o que agora não faz

A modernidade ficou mais que antiquada e só

Não se pode reclamar dos restos jogados fora

A serenidade agitada de passos é que importa

O místico é apenas aquilo que nunca foi ou será

A lembrança é que grita em nossos ouvidos

Como um sino de igreja que acaba tocando só

Eu ainda estou aqui com meus crimes no bolso

E gargalho dos meus pecados até o Juízo Final

Esqueço de tudo que é necessário no momento

E olho alguns versos meus com tal estranheza

Todos os que têm medo inventam as novidades

Mas sob os desenhos existe o mesmo tecido

As minhas paredes agora não reclamam nada

E o meu tesão é um camelo no deserto chuvoso

Descobri que no mundo eu sou o eu mesmo

Desde do primeiro ao último dos meus delírios

E até meus fracassos são vitórias disfarçadas

Não farei mais pergunta até chegar o carnaval

E eu pinte meus cabelos com papel de pipa

E cumpra meu destino sem alguma nulidade

Benditos sejam os malditos que andam por aí

E mais nada tenha a fazer naquilo que não fiz...

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