Eu não sabia que não sabia até que não soube
A rua tem o tamanho do mundo mesmo que não
Ninguém lhe proíbe mais o que agora não faz
A modernidade ficou mais que antiquada e só
Não se pode reclamar dos restos jogados fora
A serenidade agitada de passos é que importa
O místico é apenas aquilo que nunca foi ou será
A lembrança é que grita em nossos ouvidos
Como um sino de igreja que acaba tocando só
Eu ainda estou aqui com meus crimes no bolso
E gargalho dos meus pecados até o Juízo Final
Esqueço de tudo que é necessário no momento
E olho alguns versos meus com tal estranheza
Todos os que têm medo inventam as novidades
Mas sob os desenhos existe o mesmo tecido
As minhas paredes agora não reclamam nada
E o meu tesão é um camelo no deserto chuvoso
Descobri que no mundo eu sou o eu mesmo
Desde do primeiro ao último dos meus delírios
E até meus fracassos são vitórias disfarçadas
Não farei mais pergunta até chegar o carnaval
E eu pinte meus cabelos com papel de pipa
E cumpra meu destino sem alguma nulidade
Benditos sejam os malditos que andam por aí
E mais nada tenha a fazer naquilo que não fiz...

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