sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Aos Caçadores de Cabeças

Cace minha cabeça

E não se esqueça

De fincá-la numa estaca no caminho

Vai ficar tão bonitinho...


Grite na escuridão

Até a exaustão

Até acabar com o meu pobre sono

Diga que é meu dono...


Me deixa sem resposta

Todo mundo gosta

Finja que não me conhece na rua

Isso é bondade sua...


Aponte  na minha cara

Se puder dispara

Agora é normal não ser mais normal

É quase um carnaval...


Me pega e pinta e borda

No pescoço a corda

Quem sabe eu precisa de carpideira

Ou outra besteira...


Cospe no meu copo

Olha que eu topo

Todo vivente é um masoquista

Chamem o analista...


Cace minha cabeça

E não se esqueça

De fincá-la numa estaca no caminho

Hoje eu quero vinho...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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