domingo, 3 de agosto de 2025

Serviçais Códigos

Código de muitas letras aleatórias

E alguns numerais para certo tempero.

Os artistas de rua não saem de casa

Medrosos com as assombrações vivas.

O motoboy me chamou no portão

E me trouxe uma moto e um boy.

Aqui estão todos os meus espinhos

Para poder confeccionar nova coroa.

Agora existem estradas de manteiga

Em que astecas jogam bolas de penas.

Mastiguei folhas azuis de Coca-Cola

Até meus dentes pularem de alegria.

Tenho uma estranha alergia à lactose

Sobretudo as que as pedras produzem.

Num palheiro sem uma agulha sequer

Alguns versículos banais de Hollywood.

Vou fazer o funeral para este valentão

Habitante desta pocilga chamada cidade.

É claro que hoje tem sempre marmelada

Mesmo faltando a peneira para a água.

Meus cartões são hábeis bolinadores

Quando seu olfato funciona casualmente.

As vítimas da chacina foram protestar

Da falta de habilidade do falso sniper.

Temos sempre macarrão instantâneo

Para todas as vis paixões instantâneas.

A vida é sempre o maior dos fardos

Principalmente aqueles de capim.

Agora temos coleiras para águas-vivas

E pedágios para os torpes pensamentos.

Estarei gentilmente mascando a água

Que o dromedário me trouxe da aldeia.

Nesta comédia que chamamos Idade Média

Foi detectada mais de uma tragédia.

Cada palavra tem seu gosto tão específico

Assim como as impressões digitais eólicas.

Vamos compor mais um desses sambas-enredo

Cuja temática será correr perigo sem tê-lo...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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