Código de muitas letras aleatórias
E alguns numerais para certo tempero.
Os artistas de rua não saem de casa
Medrosos com as assombrações vivas.
O motoboy me chamou no portão
E me trouxe uma moto e um boy.
Aqui estão todos os meus espinhos
Para poder confeccionar nova coroa.
Agora existem estradas de manteiga
Em que astecas jogam bolas de penas.
Mastiguei folhas azuis de Coca-Cola
Até meus dentes pularem de alegria.
Tenho uma estranha alergia à lactose
Sobretudo as que as pedras produzem.
Num palheiro sem uma agulha sequer
Alguns versículos banais de Hollywood.
Vou fazer o funeral para este valentão
Habitante desta pocilga chamada cidade.
É claro que hoje tem sempre marmelada
Mesmo faltando a peneira para a água.
Meus cartões são hábeis bolinadores
Quando seu olfato funciona casualmente.
As vítimas da chacina foram protestar
Da falta de habilidade do falso sniper.
Temos sempre macarrão instantâneo
Para todas as vis paixões instantâneas.
A vida é sempre o maior dos fardos
Principalmente aqueles de capim.
Agora temos coleiras para águas-vivas
E pedágios para os torpes pensamentos.
Estarei gentilmente mascando a água
Que o dromedário me trouxe da aldeia.
Nesta comédia que chamamos Idade Média
Foi detectada mais de uma tragédia.
Cada palavra tem seu gosto tão específico
Assim como as impressões digitais eólicas.
Vamos compor mais um desses sambas-enredo
Cuja temática será correr perigo sem tê-lo...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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