terça-feira, 5 de agosto de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 353

Sou do tempo das latas de biscoito,

Das caixinhas-surpresa de papel-cartão,

Das réstias de cebola e dos tamancos

Que se penduravam pelas vendas,

Do café torrado e moído na hora,

Do arroz pesado à gosto do freguês,

Programas preto-e-branco nas TVs,

Programas engraçados nos rádios,

Um tempo que era tão bom e ruim,

Que dá muita saudade e nenhuma...


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Paratudo

Paranada

Para pedidos feitos ao acaso

O que foi adiantado

O que teve atraso

O que foi a vida

Uma outra despedida


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Tento ver diariamente suas masturbações

num velho vídeo quase recente

que escondo entre as dobras do meu computador.

Não há medidor de alguma intensidade

mas valeu cada moeda que me custou.

Mar revolto na mais franca das calmas

neste bom dia que nunca me respondem...


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Minha dúvida é tão mais tímida

Que acaba se tornando temerária.

Sabe quem eu sou?

Se isso for algum dia descoberto

Por favor que eu seja comunicado

Esqueci isso faz um bom tempo.

Minha dúvida é tão mais tímida

Que até brincou de roleta-russa...


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Não avisem mais aos navegantes

Eles pararam para poderem ouvir

Um cravo que executa agora

Um rock quase pós-moderno...

Não avisem mais aos navegantes

Eles tentam agora sem esforço

Entender todas as novas palavras

De um velho idioma que inventaram...


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Num pequeno córrego de esperança

Segue meu barquinho de papel esperança

Mesmo batendo em pedras pelo caminho...

Muitas são minhas esquisitas crises

De esquecer até aquilo que não doeu...

Num singelo avião feito de papel

Consigo voar alguns metros quilométricos

Tentando alcançar alguma esperança por aí...


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Por mais que eu diga sim

O não me atrapalha e muito...

Por mais que eu queira tudo

O nada vem e tudo estraga...

O que quero agora 

Nesse exato momento?

Algumas asas vagabundas

E o fim do medo de voar...

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Ah! Isso Pra Mim É Tira-Gosto...

Ficar alguns dias sem comer? Achar que isso é vida e apenas sobreviver? Querer falar e ter que ficar calado? Ser inocente e ter que se passa...