A ave que inspirou Poe em noites solitárias
O pombo sem ter asas que o menino jogou
Cobardes bombas se atirando de altos céus
E a minha imaginação pelo ar sempre...
O habitante de tristes mares que morre cego
Aquele que me dava medo em antigas noites
E o voo rasante e certeiro pelas escuridões
E a minha imaginação pelo ar sempre...
A minha aventura que cortou o Atlântico
O carcará na voz do mais triste dos poetas
Versos imortais do nosso Assaré de Patativa
E a minha imaginação pelo ar sempre...
Procura do sangue desavisado dos pescoços
Colorido quebrando o verde maior de jardins
Cantiga que não se importa com a tragédia diária
E a minha imaginação pelo ar sempre...
Asas que desconheço se algum dia eu terei
Que nem Ícaro quando a cera vai derreter
Mesmo assim o sol também me atrai sempre
E a minha imaginação pelo ar sempre...
Pelo ar sempre... Pelo ar sempre... Pelo ar...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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