Até o silêncio tem seus berros! Até o silêncio tem seus berros! Tem sim...
Lembro-me quase bem de coelhos que não eram coelhos, corriam num círculo desesperado em noites barulhentas, frias e inocentes que a eternidade levou e que jamais vão voltar... Fui testemunhar ocular de feitos banais e heroicos que poderiam ter valido manchetes em revistas de colorido desbotado e não foram...
Até o pecado tem sua inocência! Até o pecado tem sua inocência! Ah, tem sim...
O que fomos um dia, não o seremos mais, mesmo um segundo entra na conta dessa roda de Sansara sem karma algum... Pode rir de mim à vontade, eu não ligo, uma hora chega a sua vez de ser atingido pelo tiro da velhice e do ridículo que acerta todos sem pena e sem dó algum...
Até o medo tem seus limites! Até o medo tem seus limites! Ah, e como tem...
Nossos cinco sentidos são cinco inimigos amistosos que colocam o pé na frente e que fingem se lamentar por nossa queda, até nos ajudam a levantar... Houve a colisão de dois carros de brinquedo, acidente muito sério, como toda brincadeira sempre é, mesmo que não aparente tal fato...
Até a nudez tem seu vestido! Até a nudez tem seu vestido! Não duvide, como tem...
Acabei virando o mestre de minhas tolices mais que absurdas, porém as mais simples que existem... Um cão late lá longe, deve ter insônia, pobre coitado e eu aqui ainda posso sentir aromas mesmo inexistentes, afinal cada dia deu sua contribuição...
As folhas secas e trituradas esperam na caixinha a água fervente para o chá! As folhas secas e trituradas esperam para o chá! Ah, isso esperam, esperam sim...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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