Quando descobri já era tarde. Tarde demais. Eu fui mais um covarde. Pra alguma coisa. Meus temporais. E o caminho já não importava aonde ia dar. Porque os tristes serão sempre assim. Hão de chorar por qualquer motivo ou por motivo algum...
O que nos resta fazer é rir e rir muito. Dos desenhos que o acaso faz na vida ou entre as nuvens. Não escolhamos o palco que estreará a nossa peça. Os passatempos não são apenas divinos. Humanos também são...
Quando descobri já era passado. Passado então. Não era mais um desesperado. Desesperado era o meu coração. E os relógios repetem as mesmas preces por nossos mortos. Não sabemos exatamente o que é vida ou o que é morte. Há muitas coisas para se descobrir na agenda do impossível...
O que nos resta é cantar e cantar muito. Nossa voz ficará rouca e pouco nos importa. Se esquecemos as letras é o de menos. Até a nossa solidão será solidária conosco. E as paredes mudas serão nosso grande coro...
Quando descobri já era impossível. Impossível amor. E apenas esperei impassível. Que um dia passasse a minha dor. Esqueci apenas que as cicatrizes chegam para ficar. Que o dia seguinte não traz o alívio. O dia seguinte é apenas o que é. A continuação de um drama que já nasceu. Um filho que não teve culpa das dores do nosso parto...
O que nós resta é dançar e dançar muito. Zombando de todas as maldades que tentam nos alcançar. Das guerras que por si só se acabarão. Batam com a cara na parede senhores. As minhas ilusões são mais possíveis que as suas...
Quando descobri já tinha passado. O desfile na rua. Quem me dera ter sonhado. Você toda nua. E agora nesse meu canto quieto fico e assim ficarei. Passe logo todo o meu infinito de solidão. Que a terra coma minhas pobres carnes sem esquecer de roer os ossos. Não ligo. Já descobri a eternidade dentro de mim...
O que nós é o que resta...
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