Que o meu silêncio seja o maior gesto,
o meu maior canto, seja o meu protesto
das tristezas que andam por aí, pela vida,
eu as trouxe quando vim e na despedida...
Quando era nada e quando nada sabia,
quando era criança e chorava e sorria,
tempo em que me as lembro desenhadas,
sem ter nome, cobrindo minhas estradas...
Quando era moço e também nada sabia,
mas a escuridão alcançava o meu dia,
não me importava o espinho e a sua dor,
queria enfeitar os teus cabelos, meu amor...
Quando era homem e pensei que sabia
e minh'alma antes cheia estava assim vazia,
ainda tive algum tempo para poder olhar
o encanto que deixei, mas que estava lá...
Agora que sou velho e mais nada saberia,
o tempo todo já se passou e tudo entendia,
tragam elas, tragam-me todas elas então,
as que possam enfeitar essa minha exaustão...
Que o meu silêncio seja o singelo gesto,
o meu maior canto, meu grito, meu protesto,
das tristezas que andam por aí, pela vida,
trouxe esses versos para minha despedida...
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