Como sufoca tudo que está em minha volta
os meus minutos sofregamente contados
a morte vem com seu passo calmo e firme
e até meus inéditos acabam sendo iguais...
Era um outro tempo, um outro tempo passado...
Não sei se ainda sou o aquele mesmo
que acendeu os cigarros observando a chama
e que queria novos carnavais mais felizes...
Eu sei aonde estou, mas mesmo assim não sei...
As ruas por onde passo são agora indiferentes
e o sorriso de determinadas coisa se fechou
e aqueles cheiros que eu conhecia bem de longe
agora não passam mais de alguns lugares-comuns...
Não estranhem se eu gritar por socorro...
O tédio açoita as minhas costas sem piedade
e acaba rindo das anedotas que não contei
faz tudo parte de um script que eu nunca li
mas a peça tem que ser encenada sem erros...
Foram tantos versos que se perderam...
E um exército de homens desarmados
vai marchando de encontro ao suicídio
não morrerão e terão pés e mãos atados
não pode pensar em coisa alguma que salve...
O nosso Apocalipse já saiu fora de moda...
Como sufoca tudo que está em minha volta
a minha fumaça o faz mais que irrespirável
mas ao mesmo tempo faça desenhos pelo ar
há muito eu perdi o medo de qualquer tempestade...
Não adianta mais apertar minha própria garganta...
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