Um beijo na cara do Cão
Uma pisada no rabo do gato
O herói foi parar na prisão
O pobre foi cagar no mato
Eis a sucursal do Inferno
A filial do nosso desespero
Pele humana para o terno
Feito com o maior esmero
Um beijo na cara do Cão
Um nova tecnologia de ponta
No meio de toda essa aflição
Quem é que paga a conta?
Vou tomar um samba em Berlim
Vá fumar um charuto apagado
Ninguém tem mais pena de mim
Nem mais sei qual é o meu lado
Um beijo na cara do Cão
Um tiro na cabeça do rato
Não existe mais explicação
Para qualquer um desacato
Eis a nossa nova parada
Eis o nosso novo ofício
Ser simplesmente nada
Tem todo um sacrifício
Um beijo na cara do Cão
Um bom dia para o vizinho
O herói na frente do pelotão
Como ele vai tão sozinho...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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