As raízes podem brotar
Os galhos podem brotar
As sementes podem brotar
Algumas folhas podem brotar
As flores não
Por que não?...
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Era apenas um solo
Nunca saberemos quanto tempo
Sua gravação vai perdurar...
Era apenas um ato
Todo segundo seguinte
Foi total transformação...
Mas o que importa?
Atrás do rosto tão sério
(O vidro das lentes como refúgio)
O menino ria no canto dos olhos...
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É que eu sou assim mesmo...
Mostro a alegria de forma triste
Agradeço não dizendo nada
Brigo comigo mesmo e me recuso
A ver quem sou no espelho
Voei somente de avião (tive medo)
Mas foi para economizar as asas...
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É meio chato saber que há
Tantos azuis por aí que não são
Para ser azul não precisa ser sangue
Bonitos mas vulgares são olhos
Até meu terninho foi e não é mais
O azul verdadeiro é do céu
E esse até o mar acaba copiando...
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Por que carpideiras?
Por que falo tanto delas?
Desconheço se terei algumas...
Mas se tiver façam-me o favor
Que elas não chorem nem se rasguem
Mas riam muito e muito mesmo
Do jeito que eu nunca fiz...
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Talvez daqui milhões de anos
Poderei te explicar minha loucura
Explicar minha insistência boba
De te amar sem merecer...
Só não sei se ainda será possível
Quando isto acontecer finalmente
Nos livrar dos milhares de demônios
Que eu mesmo criei para nós...
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Inocente ou culpado?
Sinceramente eu não sei...
Bonito ou feio?
Depende de quem olha...
Carinhoso ou agressivo?
O momento é que falará...
Obsceno ou terno?
Tudo anda de braços dados...
Humano ou fera?
Inocente e culpado...
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