segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Debalde


Nada mais posso do que aquilo que posso

Encho as mãos com um monte de frases

Algumas geniais e outras nem tanto assim...



Ieu queru um monti di mati tudu amisturadu

Qui neim um galeigu pirdidu na feiira mazanga

Eim pleina meia-nooite du meiu-diia...


Asas de anjo perderam todo seu qualquer sentido

Faz tempo que não executo mais voos livres

E os sons se ensurdeceram em meus pobres ouvidos...


Patacambo! Patacambo! Muigia u gafanhotu 

Enquantu Leilia pegaiva lieite nai laita 

Ieu falaiva besteiras di reisma iem reisma...


As teclas do piano agora estão envelhecidas

E o seu amarelado testemunha o que se passou

E seu silêncio é mais do que agora sepulcral...


Ium caiboré veiu laimber mieu chuilé

Inquantu ieu pirdia u encantu nu gaiu véiu

Iantes diá enchenti do mieu irrio seim Amazonu...


Agora a flecha dispara em duas direções

E Marte agora castiga oprimido e opressor

Com a mesma igual severidade que antes...


Nai Paivuna! Nai Paivuna! Teim bulacha cum caifé

Teim bicoita de mointão sieu Sailomão 

Teim atéi bichu que peinsa qui viroui genti...


Como falavam os antigos em sua infinita sabedoria

Forçando aquele clichê mais antigo e sábio:

- Não importa que a mula manque, eu quero é rosetar...


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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