As teclas agora quase apagadas pelo uso
As cinzas no velo cinzeiro improvisado
As mãos trêmulas passando pela madrugada
As palavras que escrevo são de minha alma?
Ou serão estrangeiras que vieram me visitar?
Todo poema revela uma realidade disfarçada?
Ou poetas são meninos pobres que usam versos?
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A vida é feita de teimosias
(Algumas nem tanto, outras cruéis)
Nem sempre somos cegos, mas míopes
(Corações precisam de oculistas)
Todos os dias acabam sendo diferentes
(Assim como são irmãos de mesmos pais)
A morte é a cara bem democrático
(Fora da geladeira a situação fica crítica)...
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Desejos são medrosos
Dizem que pularão em abismos
Mas isso nunca acontece
Quando são satisfeitos
Param perante a plateia
E sem graça e com quase nojo
Acabam indo embora...
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De todos os verbos inventados
Pelo uso nos dias de hoje
Com certeza o mais forte deles
Mesmo não sendo muito utilizado
É o verbo carnavalar
Todos os anos esse não falha
E acaba sendo flexionado...
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Todos estão apáticos
A solidariedade só interessa
Se dá alguma fama
A bondade só interessa
Se sai nas redes sociais
Nem sabemos mais
Se os gritos são mudos
Ou a surdez tomou conta...
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O tempo não é tempo
é apenas um engano...
Quando amor e paixão se misturam
aí que ferem mais...
Certos sonhos são pesadelos
que apenas apavoram...
Penso estar ainda vivo
mas estarei mesmo?...
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Dia desses saí sem rumo
(Mas sem rumo mesmo)
Acho que fui caçar nuvens
Para brincar com elas...
Ou será que fui buscar
Amores perdidos?
Ou queria ressuscitar
Já mortos carnavais?
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