terça-feira, 27 de agosto de 2024

Polija Não Polija

Deus e o Diabo na terra sem sal

Quem morrer verá

Sou um marciano sem antenas

Tudo visceralmente temperado

Com ervas finas e capim

Quero muita folia minha tia

Roer uns ossinhos vez em bando

Tirem esse merda daqui!

Nariz de porco safado

Beberrão de cana alheia

Você e essa bruxa manca de repique

Vade retro Santanás!

Aqui não tem bolejo e nem meio

Senta no salame seu pé-de-porco

Seu tempo já morreu faz tempo

E nem chinês lhe salva agora

Pela alma da falecida curibo

Almanaque de gato é bestagem

Bacana é meia dúzia de banana

Tem fuligem no rego há se tem

Não vou gastar meu latim

Que já tá quase no finzinho

Com patifaria mais tonta

Não tenho culpa nenhuma

Se a morta ainda tá vivinha

Enrolada no papel de chocolate

Quem pede perdão não peida

Baitinga tem em qualquer canto

Tem aqui tem ali e tem acolá

Escuto madreixa num zoom e aí

Agora padeiro só faz pado

Neneco e Neneca deram empate

Eu levo o garfo é no bolso!

Meio cento de maxixe pra boliche só

O cangaceiro foi em Roma pegar tostão

Possível é meu nome na escola

Vaca galo porco tá tudo escrito

Maldito seja quem não foi

Se eu gostasse de melancia tinha rim

Rabanada de pobre é cavaca

Pernil de pobre é salsicha

Lugarejo de menanco é qualquer

Tira esse papabunco do meu furunco

Deus e o Diabo na terra sem sal

Quem morrer verá...


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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