Deus e o Diabo na terra sem sal
Quem morrer verá
Sou um marciano sem antenas
Tudo visceralmente temperado
Com ervas finas e capim
Quero muita folia minha tia
Roer uns ossinhos vez em bando
Tirem esse merda daqui!
Nariz de porco safado
Beberrão de cana alheia
Você e essa bruxa manca de repique
Vade retro Santanás!
Aqui não tem bolejo e nem meio
Senta no salame seu pé-de-porco
Seu tempo já morreu faz tempo
E nem chinês lhe salva agora
Pela alma da falecida curibo
Almanaque de gato é bestagem
Bacana é meia dúzia de banana
Tem fuligem no rego há se tem
Não vou gastar meu latim
Que já tá quase no finzinho
Com patifaria mais tonta
Não tenho culpa nenhuma
Se a morta ainda tá vivinha
Enrolada no papel de chocolate
Quem pede perdão não peida
Baitinga tem em qualquer canto
Tem aqui tem ali e tem acolá
Escuto madreixa num zoom e aí
Agora padeiro só faz pado
Neneco e Neneca deram empate
Eu levo o garfo é no bolso!
Meio cento de maxixe pra boliche só
O cangaceiro foi em Roma pegar tostão
Possível é meu nome na escola
Vaca galo porco tá tudo escrito
Maldito seja quem não foi
Se eu gostasse de melancia tinha rim
Rabanada de pobre é cavaca
Pernil de pobre é salsicha
Lugarejo de menanco é qualquer
Tira esse papabunco do meu furunco
Deus e o Diabo na terra sem sal
Quem morrer verá...
(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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