segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 282

E as estrelas me contavam histórias que não sei contar. De passeios noturnos refletidos na água do mar. Contavam também da lua que vinha lhes acompanhar. Numa solidão tão bonita, bonita de se admirar. Contavam que tinham pressa, não podiam demorar. Que o sol logo viria, era outro dia, que estava por chegar...


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Não existem mais sinos antigos, acabaram-se as procissões. As noites que eram cheias de estrelas, ainda existem, mas as estrelas não brilham mais como antes. Agora é melhor olhar para o chão sem desespero, mas também, sem esperança alguma. Eu sou ainda daquele tempo e, sobretudo, permanecerei nele com a minha alma sempre vadia.


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Se dizia sábio, mas nada sabia. Era contra a injustiça, mas se utilizava dela. Dizia não ter preconceito algum, mas dele se utilizava quando era para com outras pessoas. Um careta à sua maneira quando usava sua máscara. O herói do dia que se acovardou e até fechar os olhos foi apenas mais um marionete como tantos que existem por aí...


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Estupidamente acendo meus cigarros, um após o outro. Não façam isso, crianças! Não deixem que a alienação tome conta de suas almas. Vocês são a próxima tentativa para que algo dê certo. Se não der, pelo menos valeu a tentativa, como as nossas de velhos e cansados rebeldes.


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Eu achei que achava, mas não achei. Não achei estrelas caídas pelos matos. Achei pequenas flores, quase a mesma coisa. Eu achei que achava, mas não achei. Procurei preciosas moedas de ouro pelas areias. Eram conchas brancas, quase a mesma coisa. Eu achei que achava, mas não achei. Como um desesperado fui em busca de perdidos amores em minha alma. Achei sonhos tristes ainda guardados no velho peito. Eu achei que achava, mas não achei...


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Certeza de não ter certeza alguma. Certo? Escuto barulhos de passos estranhos, mas devem ser meu coração em descompasso quase que habitual. Eles tropeçam por corredores antigos que não existem mais, somente em minha fraca memória. Certeza de não ter certeza alguma. Certo?


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Um balé quase místico em volta de noturnas fogueiras. Os rostos dos dançarinos, avermelhados pelas chamas, gotejam pelo calor. O que cantam eles? Litanias sempre antigas pedindo a paz que nunca chegou entre os homens...

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