segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Mais! Mais! Mais!

Chás das cinco não existem mais

E o nosso desespero está nos carnavais

Nos trouxeram copos com aguarrás

Tatuei na mente todos os meus tribais

Nenhuma parede segura estes temporais

Eu não quero menos! Eu quero é mais!


Chico jogou pedras nos boçais

Agora a cor da nova moda é azul lilás

Agora as letras são todas garrafais

Na fábrica temos vagas para capataz

O asfalto está pronto com seus tremendais

Eu não quero menos! Eu quero é mais!


O gato é cão e o cão é gato tanto faz

Construíram um castelo lá no Rubens Vaz

Não quero mais abacaxi quero ananás

Vamos beber mais uma ali nos funerais

Vote consciente vote agora em Barrabás

Eu não quero menos! Eu quero é mais!


Minha ponte minha vida isso já satisfaz

Coveiro cave com as mãos não use pás

Os pobres são veganos os ricos canibais

Meu bloco de heróis são todos marginais

Todo momento é leve breve e é fugaz

Eu não quero menos! Eu quero é mais!


Hoje não tem almoço pois acabou o gás

Serei um bom menino juro por Ferrabrás

Acabou o comercial do fino que satisfaz

Feche seus olhos e logo assim me verás

Para curar a paixão não há o que seja eficaz

Eu não quero menos! Eu quero é mais!


Mais! Mais! Mais!...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

E O Poeta Morre...

E o poeta morre... Quando a palavra falha Quando corre da batalha Quando beija o fio da navalha... Sei que morrer também é ofício Mas então ...