sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Toda Carne

Toda carne é igual...

Composta de células diferenciadas

Que viverão mais ou menos tempo

Autômatos em seus pobres papéis

Como simples marionetes de um corpo...


Toda carne é igual...

Detentoras de uma fisiologia geral

Culpadas de um crime que não cometeram

Alheias à fome do tempo e da morte

Talvez até pensem que pensem...


Toda carne é igual...

Faltam super-heróis no mercado

A grana não lhes faz invulneráveis

Dançam sem saber a dança da vida

Até que a música de uma vez termine...


Toda carne é igual...

Porque toda dor também é igual

Todo carinho é bem semelhante

Toda estética é o maior dos enganos

E toda estatística é feita de erros...


Toda carne é igual...

A minha... A sua,,, A deles... A nossa...

Até só sobrar as lápides que contem isso...


(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...