Toda carne é igual...
Composta de células diferenciadas
Que viverão mais ou menos tempo
Autômatos em seus pobres papéis
Como simples marionetes de um corpo...
Toda carne é igual...
Detentoras de uma fisiologia geral
Culpadas de um crime que não cometeram
Alheias à fome do tempo e da morte
Talvez até pensem que pensem...
Toda carne é igual...
Faltam super-heróis no mercado
A grana não lhes faz invulneráveis
Dançam sem saber a dança da vida
Até que a música de uma vez termine...
Toda carne é igual...
Porque toda dor também é igual
Todo carinho é bem semelhante
Toda estética é o maior dos enganos
E toda estatística é feita de erros...
Toda carne é igual...
A minha... A sua,,, A deles... A nossa...
Até só sobrar as lápides que contem isso...
(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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