sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Pompa e Circunstância

Trago em mim toda pompa e toda circunstância

Do que faz a fome e toda a sua distância

Neste baile de máscaras sem ser carnaval

Trago em mim todo esse bem e todo esse mal

Como se esse mundo fosse o meu grande quintal


Trago em mim todas as chances que um dia perdi

Os caminhos que não achei e que confundi

Acabei pisando por cima de minhas flores

Com rimas óbvias para todas essas minhas dores

Quando andei perdi todos os meus amores


Trago em mim este estigma de grande covarde

Sou quem viu que agora pode ser muito tarde

Mas mesmo assim não viu mais que nada

Que conta as gotas de chuva caindo na calçada

Dei a resposta certa para a pergunta errada


Trago em mim toda pompa e toda circunstância

As sequelas da minha enorme e cruel ânsia

Desta negociata desonesta e sem ter aval

Que tudo termina sempre em um temporal

Onde tudo é uma tragédia sempre igual...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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