sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Um Poema de Desgosto

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Um delírio bem pior que esses
que amargam a boca e doem o peito
não falemos mais sobre isso
O meu silêncio bastará
para todos os novos dias
que porventura chegarem por aí
Eu não faço articulações engenhosas
não recebo milhares de palmas
e nem ao menos me saúdam quando passo
O desprezo me acompanha
a solidão de ruas cheias de fantasmas
e nem o sol me adianta mais
Eu sou apenas mais um de muitos
que em breve fecharão os olhos
e não os abrirão nunca mais
Tenho que ser realista como não gosto
e ver que todos os sonhos só serviram
para ferir-me ainda bem mais
A beleza que eu quis me foi negada
a esperança foi posta de porta pra fora
e o meu riso era vazio e apenas de praxe
Quem sou eu? Muitos vivem se perguntando
mas para essa pergunta tenho a resposta:
mais um idiota que pensou que tudo daria certo...
Chorar é apenas um grande desperdício
a minha mudez talvez me console um pouquinho
até que meu próprio Apocalipse chegue afinal...

(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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