Sou dono de algumas calçadas,
Reclamar também tem seus meios,
Esperanças podem dar em nada,
O bonito pode se tornar em feio...
Na favela as luzes foram apagadas,
no asfalto nasceu mais um drama,
As minhas musas estão drogadas,
Pobre de mim, ninguém me ama...
Aonde estão os meus camaradas,
Devem estar tremendo de frio,
Ando caindo de várias escadas
E lá em baixo um imenso vazio...
Eu falo do que vejo na estrada,
Se bem que ando assim meio cego,
Estou quase sempre na beirada,
Mas isso é problema do meu ego...
Sou dono de quase todas as calçadas,
Não sei de onde esta tristeza veio,
Se pode acontecer tudo ou quase nada,
Assim vou fazendo o meu floreio...
(Extraído d"O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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