sábado, 22 de fevereiro de 2020

Quando A Sexta Não É Sábado

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Eu tento transformar, mas não consigo e os amores meus infinitamente me castigam o tempo mais que todo. Não, não, não é assim que tem que ser, mas o destino é um mau piadista, entretanto, é bom nas charadas.
Por isso, na falta de outro motivo, me escondo de mim mesmo nas horas mais insanas em que o relógio erra nos seus cálculos e tudo é apenas uma grande inversão.
Não nego, tenho medo e muito medo mesmo, das coisas mais improváveis, são elas que acontecem com maior frequência, isso fere muito meu já quase infartado coração.
Gostaria então de achar uma rua deserta ou uma praça vazia e sentar em um banco de cimento poder muito rir ou pouco chorar. Mas acontece que tudo acontece ao contrário.
Meus dias, são apenas mais algumas noites em que a solidão gruda em minha pele feito uma sujeira teimosa que nenhuma água consegue tirar. Minhas noites são todas de tempestades, mesmo que não caia uma gota lá fora, isso praticamente o ano todo.
Gostaria eu de usar figuras de linguagem mais expressivas, acretos felizes em direção ao alvo mais que evidente, mas isso nunca acontece. Veja o rol dos miseráveis e lá está o meu nome.
Estou calado como sempre fui, já acabei me acostumando, mesmo que isso doa e muito. Assim são as coisas, o espinho acaba morando na carne que fere e se parte deixa também sua saudade. 
Há provérbios para não serem ditos, ditados que não aconselham e só desesperam, o mundo roda e sou eu que acabo ficando tonto. A cachaça da vida acabou nos viciando.
Eu sou apenas um pequeno intervalo entre o primeiro choro e o último silêncio, não queira encontrar em mim mais do que lugares-comuns como quaisquer outros. 
As surpresas estão em falta no mercado, \as encomendas são muitas e a matéria-prima anda escassa. Até as mudanças mudam, os delírios é que andam até mais bem-educados.
O excesso de ar dificulta a respiração, eu não tenho e ninguém tem mais tempo para o tempo e isso é tempestivamente preocupante. O que temos é que acaba nos fazendo mais falta. É triste dizer isso, mas mesmo assim eu o digo.
Tenho tanto medo das sextas e dos sábados também...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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