segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 57

Resultado de imagem para menino tocando trompete
Num copo só
alegria e tristeza
tudo bem misturado
para todo o sempre...

Num copo só
aquilo que eu queria
e o que eu nunca desejei
pois é esta a vida...

Num copo só
toda a minha raiva
e todo o amor que sinto
por você e mais ninguém...

Num copo só...

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Estéticas razões filosóficas em ações banais, algum capricho talvez. Um brinde em um copo plástico e o efeito da droga subindo aos ares do teu olhar com um defeito pequeno, quase imperceptível. Sim, eu prefiro o sono vagabundo ao desespero daquilo que não posso alcançar. A esperança grudou-me na pele mais que um parasita e isso pode ser até bem bom. Nunca mais terei reverteres como os que a só a tua visão pode me dar. As escadas doem bem mais que os números, apesar de tal coisa parecer ser o inverso. De hoje em diante as margaridas valem bem mais do que as rosas.

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Não sei mais o que dizer. Intempestivamente sóis e chuvas se alternam perante meus olhos. E como bom colecionador acabo guardando tudo. Tanto me basta: pássaros ou estrelas. Nuvens ou aviões. O mar ou o ar. Apesar de qualquer desespero. Eu observo e guardo. Os bolsos cheios de histórias. Mesmo com a alma cheia de alguns vazios. Será carnaval sempre. Mesmo com a vulgaridade me pegando pelo braço e me dando um beijo na boca. Eu fiz quase tudo aquilo que pude. Poderia ter feito um pouco mais. Segundos tiram órbitas de certos cometas. Minha força já se cansou faz tempo. E isto nem sempre é ruim.

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São sons - já dizia o poeta. São sons - também dizia o bêbado. São sons - concordava a atriz pornô. E quem sou eu para duvidar de tal verdade? Muitos rios ainda correm. Fazem serão até não poderem mais. Enquanto eu aguardo a célebre paciência de vários metais. Nada mais cego do que a vista. Nada mais fundo do que o curte. Nada mais morta do que a vida. E as inversões são bem mais comuns do que se pensa. Vários tratados em folhas de papel em branco. Loucas teorias com alguma prática. Cemitérios de asfalto e flores de poeira. Tudo ao alcance das mãos e inalcançáveis para os pés. Tudo sem preço. Barato ou caro. Menos a morte.

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Eu vejo tua vulgaridade 
tão bonita
tão suja quanto o bar
onde enches a cara
Eu já te vi nua
em tantos bits
e não valeu as moedas de um cego
É domingo
e eu acabo abominando
aquilo que eu sinto
Minha alma faz espirais
tão mais negras
como a madrugada que nasci
Não se importe 
com a minha idiotice
maior que o próprio mundo
O lixo me dá conselhos
e a minha maldade
acaba sendo maior ainda
Eu acabo descobrindo
que nunca vivi de verdade
apenas sofri e é só isso...

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Segundas de fogo
e girassóis de quase um vermelho
beirando ao cinza
e o meu silêncio
quase que gritante
acorda a mim mesmo...
Só as dúvidas 
repousam tranquilamente
em seu branco jazido...
Gostaria de ser
um pouco mais um pouco
mas até os camaleões
esquecem-se dos muros...
Engasgo com a rotina...
A temporada de caça
sempre esteve aberta
e não é preciso dizer
quem são os patos...

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Morbidez direta sem escalas
e loucuras feitas para todo mundo ver
eu queria porque queria
mas impossivelmente rios morrem
seu caminho inevitável é
Eu cheguei à conclusões óbvias
e acabei ganhando um tapa 
bem na minha cara...
Talvez chegue um dia
em que todos os choros cessem
(não só os meus, mas os nossos)
e as profundezas abissais venham à tona...
Pois até lá continuo destruindo
a minha própria matemática...
A covardia é um tipo de exaustão precoce
mas é exaustão como outra qualquer...
Onde está chave? Onde está a chave?
Perguntou a fechadura 
querendo ter algum orgasmo...

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