sábado, 22 de fevereiro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 59

Resultado de imagem para flor solitária
Agarra os restos de sua inocência,
agarre com unhas e dentes,
não deixe escapar o que sobrou...
A cachaça, as drogas, as camas sujas,
nunca foram e nem serão paraísos...
Aquele que você diz seu amor,
é apenas mais um pobre coitado...
Fica sóbria pelo menos um instante,
olhe para o lado e me veja...
Sabe quem sou eu?
Eu sou aquele que fareja os seus passos,
o que corre os riscos mais banais...
Agarra os restos da sua bondade,
agarre com todas as forças,
não deixe escapar o que sobrou...

............................................................................................................

Carnavalando em brancas nuvens vou
acabei de perder todo aquele meu medo
o desconhecido já perdeu toda sua razão
morrer é apenas questão de estatística
ou quem sabe até bem menos do que isso
acabei de dar para as flores seu valor real
e aos meus choros acabei me despedindo
não sei se louco ou outra coisa que valha
irei acompanhando qualquer bloco de sujo
pela mais simples questão da lei da gravidade
pelo menos se alguém perguntar quando morri
você já pode responder que foi no carnaval...

............................................................................................................

Não sou o certo
sou o errado
não sou a beleza
sou o vício
eu ando entre
todas as sombras
e sou amado
pelo menos 
por elas
não tente me entender
isso é mais que impossível
não possuo mais as carnes
de uma paixão tresloucada
mas os brancos ossos
de todas as lembranças
não sou o doce
eu sou o amargo
de toda esperança morta
de todas as fileiras
de soldados que têm medo
toda a impossibilidade
de entender
alguma coisa 
que possa valer a pena

............................................................................................................

Eu vejo um deus
dançando entre os homens
não um deus de paz
nem um deus de guerra
um deus apenas
que tanto se aproximou 
deste nosso mundo
o suficiente para aprender
as nossas mágoas
e sonhar os nossos sonhos
capaz de ir às lagrimas
ou rir perante nosso desespero
em todos os dias 
desse carnaval da vida
que ele seja por nós...

............................................................................................................

Abram a porta da prisão
eu quero sair!
Já fiquei muito tempo,
eu não sou mais daqui!
Tirem esse mordaça
eu quero gritar!
Tenho todos os motivos
pra não me calar!

............................................................................................................

Quando acabar - acabou
Quando ir embora - correu
Quando chorar - chorou
Quando vir a noite - escureceu
Pois essa é a vida - notou?
Até meu amor - esmoreceu...

Se vier a chuva - se abrigue
Se estiver cansado - descanse
Se vier a tristeza - não ligue
Se for teimoso - alcance
Não se irrite - nem brigue
A vida é apenas - a chance

Quando acabar - acabou
Se parou de respirar - morreu
Quando cantar - cantou
Se não perguntou - respondeu
Quando eu partir - já me vou
O caminhante - sou eu...

............................................................................................................

Era tanto
que os exageros me faziam
eu que caminhava 
sem ter rumo algum
sem ter algum paradeiro
eu olho esses ruas
como quem morre de ternura
com pequenos detalhes
subo ladeiras com a alma na boca
e as desço mais ainda
Não sei o que quero
mas tudo quero
não sei o que posso
mas tudo tento
eu coleciono detalhes
e tolas previsões 
que geralmente não acontecem
sinto a magia das palavras
aqui dentro de mim
Era tanto 
que os exageros faziam quaisquer palavras...

............................................................................................................

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...